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Israel conduz maior limpeza étnica na Cisjordânia desde 1967, alerta ONU

16 de julho de 2025, às 12h51

Forças israelenses demolem prédios palestinos em Hebron, na Cisjordânia ocupada, em 5 de maio de 2025 [Mamoun Wazwaz/Agência Anadolu]

A Organização das Nações Unidas (ONU) advertiu nesta terça-feira (15) para níveis sem precedentes de deslocamento compulsório dos palestinos da Cisjordânia ocupada em quase 60 anos de presença ilegal israelense no território.

Segundo Juliette Touma, porta-voz da Agência da ONU para Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), a operação militar em curso “é a mais extensa desde a Segunda Intifada”, no início dos anos 2000.

“A operação segue afetando diversos campos [de refugiados] na área e está causando o maior deslocamento de palestinos nativos na Cisjordânia desde 1967”, reiterou Touma da Jordânia, em informe por vídeo a repórteres em Genebra.

Segundo o Alto-Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, de sua parte, o deslocamento em massa imposto pelas forças ocupantes constitui crime flagrante de “limpeza étnica”.

Israel lançou a chamada Operação Muro de Ferro, no norte da Cisjordânia, em janeiro deste ano. Desde então, conforme Thameen al-Kheetan, porta-voz do comissariado, ao menos 30 mil palestinos sofreram deslocamento à força.

A campanha coincide com o genocídio conduzido por Israel na Faixa de Gaza, com mais de 58 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob catástrofe de fome, em curso há quase 650 dias. Na Cisjordânia ocupada, no mesmo período, são mais de 900 palestinos mortos e sete mil feridos, sob ataques de soldados e colonos, incluindo pogroms contra comunidades nativas.

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