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Netanyahu ‘entrava deliberadamente’ cessar-fogo, denuncia Hamas

15 de julho de 2025, às 18h32

Palestinos inspecionam danos de ataque aéreo israelense a prédio de nove andares no distrito de Tel al-Hawa, em Gaza, em 15 de julho de 2025 [Abdalhkem Abu Riash/Agência Anadolu]

O movimento palestino Hamas acusou nesta segunda-feira (14) o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, de “entravar deliberadamente” as negociações por cessar-fogo e troca de prisioneiros. 

“Netanyahu é especialista em obstruir uma negociação após a outra e não quer chegar a um acordo”, denunciou o Hamas em nota, ao explicar que combatentes da resistência seguem em “guerra de atrito que surpreendeu a ocupação”, apesar da “superioridade militar e aérea das forças inimigas”.

O comunicado argumentou que, quanto mais dura o conflito, mais o exército israelense se vê preso nas “areias movediças” de Gaza, vulnerável a ataques qualitativos de entes da resistência.

“Netanyahu afunda seu exército e seu Estado em uma guerra absurda sem prospectos, cuja continuidade apenas ameaça as vidas de prisioneiros de guerra e soldados, assim como constitui um desastre estratégico para Israel”, acrescentou a nota.

Segundo o Hamas, alegações de “vitória absoluta” do premiê são “nada mais que uma grande ilusão, cujo intuito é encobrir uma derrota retumbante, tanto em campo como politicamente”.

Segundo a emissora egípcia Al-Qahera, as partes mediadores — Egito, Catar e Estados Unidos — intensificaram recentemente esforços por um acordo em Gaza. Conforme os relatos, Hassan Rashad, chefe da inteligência egípcia, conduziu encontros com oficiais cataris, palestinos e israelenses, na tentativa de obter termos.

Na semana passada, o Hamas confirmou consentir com a soltura de dez prisioneiros de guerra israelenses ainda em Gaza — após 640 dias de campanha de Israel — como sinal a um acordo de cessar-fogo. Desde então, no entanto, não houve avanços.

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