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Orçamento para ataque a Gaza supera combate ao covid, promete ministro de Israel

21 de outubro de 2023, às 07h07

Bombardeios israelenses em Rafah, na Faixa de Gaza sitiada, em 19 de outubro de 2023 [Abed Rahim Khatib/Agência Anadolu]

O governo israelense do premiê Benjamin Netanyahu está preparando um pacote fiscal para conter o impacto econômico de seu bombardeio à Faixa de Gaza sitiada, declarou o ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, nesta quinta-feira (19), segundo a agência Reuters.

Smotrich insistiu que o orçamento será “maior e mais amplo” do que aquele destinado ao combate à pandemia de covid-19, com início em 2020.

Smotrich afirmou a jornalistas que a economia de Israel e sua posição fiscal — como a baixa dívida externa comparada ao produto interno bruto (PIB) — são firmes o suficiente para dar apoio aos esforços civis e militares à guerra em Gaza.

“Temos dinheiro e vamos usá-lo agora para tudo que for preciso, com uma mão generosa”, insistiu o ministro. “Paramos tudo que não é essencial e estamos reavaliando o orçamento para destiná-lo às necessidades de guerra e ao apoio à economia”.

Smotrich reiterou ainda que, nos próximos dias, o parlamento israelense (Knesset) deve ampliar seu quadro orçamentário para garantir “máxima flexibilidade” ao Estado.

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Político colonialista, Smotrich assumiu poderes dentro da gestão de extrema-direita de Netanyahu para promover assentamentos ilegais na Cisjordânia ocupada.

Gaza sofre bombardeios ininterruptos perpetrados por Israel desde 7 de outubro, além de uma escalada no cerco militar, em retaliação a uma operação de resistência do movimento Hamas que cruzou a fronteira e capturou soldados e colonos.

A campanha de resistência culminou de meses de violações israelenses em Jerusalém e na Cisjordânia ocupada, além de 17 anos de cerco contra Gaza.

Sob cerco, o território vive uma crise humanitária severa — sem eletricidade, água, comida, combustível ou medicamentos. Ao promover os esforços de punição coletiva, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos como “animais”.

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reivindicou um “imediato cessar-fogo humanitário” para mitigar o “épico sofrimento humano” da população.

Ao menos 4.137 palestinos foram mortos até então, incluindo 1.524 crianças e mil mulheres, além de aproximadamente dez mil feridos.

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