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EUA planejam suspender recursos a Israel na Cisjordânia e Golã

27 de junho de 2023, às 12h57

Ted Cruz, senador dos Estados Unidos, durante encontro anual da Coalizão Republicana Judaica em Las Vegas, Nevada, em 19 de novembro de 2022 [Kyle Mazza/Agência Anadolu]

Os Estados Unidos informaram Israel no domingo (25) que suspenderão o envio de recursos destinados a pesquisas de ciência e tecnologia realizadas nos territórios palestinos ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, além das colinas sírias de Golã.

A medida reverte uma política instituída pelo então presidente Donald Trump em 2020 que permitiu aplicar recursos do contribuinte americano nos assentamentos ilegais.

Ao justificar a nova medida, a Casa Branca descreveu a parceria como “incompatível” com sua política externa.

Segundo o jornal Jerusalem Post, um representante do Departamento de Estado afirmou: “A diretriz é mero reflexo de nossa posição histórica, reafirmada pela atual gestão”.

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O porta-voz acrescentou: “Nossa determinação sobre as áreas geográficas sob administração de Israel a partir de 5 de junho de 1967 exige decisão final [e] trabalhamos, neste sentido, por uma solução negociada de dois Estados conforme a qual Israel possa viver em segurança e paz junto a um Estado palestino viável”.

“Trata-se essencialmente de reaver a política americana às limitações geográficas anteriores a 2020 no que se refere a nosso apoio a atividades binacionais”.

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Eli Cohen, contrapôs: “Refuto a decisão e penso estar errada. Em casos similares no passado, o governo de Israel reembolsou integralmente as partes lesadas por tais medidas”.

O senador republicano Ted Cruz, eleito pelo estado do Texas, acusou a gestão democrata do presidente Joe Biden de “discriminar Israel”.

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Sob o governo Trump, a Casa Branca se afastou do consenso de dois Estados ao deferir apoio a políticas de anexação dos territórios ocupados. Neste contexto, transferiu a embaixada de Tel Aviv a Jerusalém, ao reconhecer a cidade santa como “capital indivisível” de Israel.

Além disso, reconheceu a “soberania” israelense sobre as colinas de Golã, pertencentes à Síria, e mitigou políticas de contenção dos assentamentos radicados ilegalmente em terras palestinas, em franca violação do direito internacional.