Um tribunal israelense estendeu ontem (30) a custódia do prisioneiro palestino Khalil Awawdeh por 16 meses, sob o pretexto de que tentou contrabandear um telefone celular, de acordo com a Sociedade de Prisioneiros Palestinos, ong que monitora a situação dos presos políticos.
Segundo a rede Quds News, seu advogado, Khaled Zabarqa, confirmou que, além de estender sua detenção, Awawdeh foi multado em cinco mil shekels israelenses (US$1400), além de pena condicional de oito meses.
A extensão da prisão foi deferida apesar de um acordo firmado no ano passado que determinou sua soltura, em 2 de outubro, com intuito de encerrar sua greve de fome. O protesto de fato se encerrou em 31 de agosto, após 172 dias.
No entanto, dias antes da data prevista, Awawdeh foi acusado de utilizar um telefone celular ao ser transferido do hospital Assaf Harofeh para a clínica da penitenciária de Al-Ramla, segundo informações da agência de notícias Wafa.
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“Sentimos frustração e dor”, comentou na época a esposa de Awawdeh, Dalal, após ser posta a nova acusação contra seu marido. “Trata-se das ações de uma força ocupante e não é novidade para nós que eles estão tentando arruinar a alegria de Khalil, ao reconquistar sua liberdade”.
Awawdeh é de Beit Idna, na província de Hebron (Al-Khalil), no sul da Cisjordânia ocupada. Está detido desde dezembro de 2021, mantido sob sucessivas ordens de detenção administrativa.
A detenção administrativa permite que as forças de ocupação israelenses detenham palestinos com base em evidências secretas – sem acesso à defesa – por períodos renováveis de até seis meses, sem julgamento ou sequer acusação.
A Anistia Internacional descreve o uso de detenção administrativa por Israel como “prática cruel e injusta que ajuda a manter o regime de apartheid contra os palestinos”
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