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Pais israelenses protestam após escola contratar professora palestina

25 de agosto de 2021, às 15h39

Uma escola primária israelense recebe alunos usando equipamentos de proteção e respeitando as medidas de distanciamento no retorno à escola após o isolamento em decorrência da covid-19, em 3 de maio de 2020 [Emmanuel Dunand/AFP/Getty Images]

Pais israelenses com filhos em uma escola primária em Herzliya reclamaram depois que o instituto educacional contratou uma professora palestina, informou o Canal 12 de Israel.

Em uma carta endereçada ao diretor, eles argumentaram que sua objeção à nova professora árabe contratada pela administração da escola Nof Yam está relacionada aos próprios objetivos do Ministério da Educação de Israel. De acordo com o site do ministério, esses objetivos incluem “educar os valores judaicos e sionistas e os valores únicos de nossa tradição no espírito da Declaração de Independência”.

A nova professora não conseguirá educar seus filhos nesses valores, disseram, porque ela se identifica como palestina.

A empresária e cantora israelense Nicol Raidman, cujo filho frequenta a escola, usou o Instagram para condenar as reclamações de alguns pais como racistas.

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Ela escreveu: “Um bom professor não deve ser julgado por seus anos de experiência, religião, etnia ou pontos de vista políticos, mas por sua capacidade de entrar no coração das crianças e deixar para trás um raio de luz”.

Raidman acrescentou que se considera fortemente de direita, mas “não há conexão entre pontos de vista políticos e racismo!”.

Ela convocou a “hipocrisia” de seus vizinhos, “que votam na esquerda e arvoram a bandeira da igualdade, mas se opõem a um professor árabe”.

De acordo com o Haaretz, o diretor providenciou para que a professora palestina seja monitorada por um professor veterano e também pela administração da escola, e um professor judeu ensinará hebraico e Torá aos alunos.

A professora árabe agora será referida como a “professora de sala de aula e matemática”, enquanto o mentor judeu será o “professor de hebraico”.

O diretor alega que o novo arranjo não tem nada a ver com as reclamações dos pais e que a professora o aceitou de boa vontade.