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Reguladora dos EUA proibe operadoras de sobrevoarem espaço aéreo controlado pelo Irã

21 de junho de 2019, às 14h20

Imagem do avião da Delta Airlines [Andrei Dimofte / Wikipedia]

A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos emitiu, nesta quinta-feira (20), uma ordem de emergência proibindo as operadoras norte-americanos de sobrevoarem o Estreito de Ormuz e o Golfo de Omã, devido ao aumento das tensões. A informação é da agência Reuters.

O pedido ocorreu horas depois que a United Airlines suspendeu voos entre o aeroporto de New Jersey e a capital financeira indiana de Mumbai, que sobrevoam o espaço aéreo iraniano. A companhia fez uma revisão de segurança depois que o Irã derrubou um drone de vigilância de alta altitude dos EUA.

A queda do aparelho desarmado Global Hawk, que pode voar a 18, 3 quilômetros de altura, foi a mais recente de uma série de incidentes na região do Golfo, uma artéria crítica para o fornecimento global de petróleo, que registrou ataques explosivos contra seis petroleiros.

A FAA informou que, de acordo com os dados de rastreamento de vôo, a aeronave civil mais próxima operava a cerca de 45 milhas náuticas de um drone da Global Hawk, quando este foi abatido por um míssil terra-ar iraniano.

“Havia inúmeras aeronaves da aviação civil operando na área no momento da interceptação”, disse a FAA.

A agência disse que continua preocupada com a escalada de tensão e atividade militar nas proximidades de rotas de aeronaves civis de alto volume, bem como a disposição do Irã de usar mísseis de longo alcance no espaço aéreo internacional, com pouco ou nenhum aviso.

Em julho de 2014, o voo MH17 da Malaysia Airlines foi abatido por um míssil sobre a Ucrânia, matando todos os 298 a bordo, levando as transportadoras a tomar mais medidas para identificar ameaças aos seus aviões.

A proibição dos EUA não se aplica a companhias aéreas de outros países, mas a Opsgroup, que fornece orientação aos operadores, disse que isso seria levado em consideração pelas operadoras globalmente.

“Desde o MH17, todos os países contam com os conselhos dos EUA, Reino Unido, França e Alemanha para localizar riscos do espaço aéreo”, disse o Opsgroup. “A ameaça de aeronaves civis serem atingidas no sul do Irã é real.”

O site de rastreamento de voos Flightradar24 mostrou voos da Qatar Airways e da Etihad Airways na área proibida para as transportadoras dos EUA às 03:00 GMT na sexta-feira. Qatar e Etihad não responderam imediatamente a um pedido de informação fora do horário comercial habitual.

A United disse que suspendeu seus vôos para a Índia através do espaço aéreo do Irã depois de uma “revisão completa de segurança e proteção”. Não disse quanto tempo duraria a suspensão.

Um porta-voz da United disse que os clientes que voam de Mumbai para Newark teriam as reservas transferias para vôos alternativos para os Estados Unidos.

“Continuamos explorando todas as nossas opções e permanecemos em contato próximo com autoridades governamentais relevantes para oferecer aos nossos clientes a experiência de viagem mais eficiente sob essas circunstâncias”, disse o porta-voz.

Na quinta-feira, duas outras transportadoras, American Airlines e Delta Air Lines, disseram que não sobrevoaram o Irã. As operadoras japonesas Japan Airlines Co e ANA Holdings também disseram que não sobrevoaram a área.