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Grupo de direitos humanos euromediterrâneo afirma que cobertura dos EUA a Israel permite genocídio e “morte lenta” em Gaza

26 de dezembro de 2025, às 09h13

Manifestantes pró-Palestina se reúnem em frente à sede das Nações Unidas, em frente à Missão dos EUA na ONU, durante um piquete de emergência intitulado “Tirem as mãos de Gaza: Rejeitem a ocupação israelense-americana”, na cidade de Nova York, Estados Unidos, em 17 de novembro de 2025. [Selçuk Acar/ Agência Anadolu]

O Observatório Euromediterrâneo de Direitos Humanos acusou os Estados Unidos de fornecerem cobertura política que permite a Israel perpetuar o genocídio na Faixa de Gaza e impor uma “morte lenta” à população civil.

Em um comunicado divulgado no domingo, a organização sediada em Genebra afirmou que o apoio dos EUA permitiu que Israel mantivesse o status quo em Gaza, apesar da catastrófica situação humanitária. Argumentou que Washington, na prática, condicionou qualquer progresso rumo a um cessar-fogo à devolução do último corpo encontrado em Gaza, uma posição que o grupo descreveu como “cumplicidade vergonhosa” em crimes contínuos.

O Observatório afirmou que tais condições, apoiadas pelos EUA, contribuem diretamente para as contínuas violações do cessar-fogo, o cerco prolongado, o deslocamento em massa de civis e a destruição do que resta de casas e meios de subsistência em toda a Faixa de Gaza.

Enfatizou que “o destino de mais de dois milhões de pessoas em Gaza jamais deve ser atrelado a condições políticas ou militares que podem ser difíceis, ou mesmo impossíveis, de cumprir no terreno”, acrescentando que os direitos humanos fundamentais devem ser garantidos “imediata e incondicionalmente”.

A organização afirmou que a escala da devastação em Gaza, combinada com a destruição sistemática de equipamentos de busca e resgate e veículos de emergência, tornou extremamente difícil o cumprimento das condições israelenses para o progresso do cessar-fogo. O relatório afirma que essas condições estão sendo usadas como pretexto para prolongar o cerco e agravar o sofrimento humanitário.

O Monitor acrescenta que o apoio dos EUA a Israel nesse contexto reforça uma confusão ilegítima entre processos de negociação e direitos humanos garantidos. Afirma ainda que tais direitos devem ser implementados sem condições, concessões ou exploração política, independentemente das circunstâncias.

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