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Relatório israelense levanta dúvidas sobre a estratégia de Trump para o Oriente Médio

18 de dezembro de 2025, às 10h54

O presidente dos EUA, Donald Trump, é recebido pelo presidente israelense, Isaac Herzog, e pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, no Aeroporto Internacional Ben Gurion, em 13 de outubro de 2025, em Tel Aviv, Israel. [Chip Somodevilla/Getty Images]

Um relatório israelense levantou reservas sobre a estratégia de segurança nacional formulada pelo governo do presidente dos EUA, Donald Trump, argumentando que ela reformula a doutrina “América Primeiro” de uma maneira que se afasta do conceito tradicional de hegemonia global americana.

De acordo com o relatório, a estratégia sinaliza que os Estados Unidos não buscarão retornar ao que descrevem como a “liderança moral do campo democrático-liberal”. Em vez disso, espera-se que Washington priorize o reconhecimento da soberania estatal e se abstenha de envolvimento direto nos assuntos internos de outros países.

A avaliação expressa preocupação com a forma como a estratégia de Trump apresenta o Oriente Médio como um “arquivo controlado”, retratando o Irã como enfraquecido e seu programa nuclear como eliminado, a guerra em Gaza como concluída e a normalização regional como avançando de forma constante.

O relatório, divulgado pelo Instituto de Estudos de Segurança Nacional da Universidade de Tel Aviv, alerta que essa narrativa pode ser frágil. Observa que Israel “é considerado capaz de reabrir amplas frentes”, um desenvolvimento que poderia minar o que o governo dos EUA busca apresentar como uma história de sucesso regional.

Ao mesmo tempo, o relatório destaca o que descreve como um claro compromisso, dentro da estratégia de Trump, com a segurança de Israel, que define como um interesse central dos EUA no Oriente Médio. Afirma que Israel permanece um parceiro estratégico central no sistema de alianças regionais de Washington, juntamente com os Estados do Golfo e o Egito.

O relatório conclui que a mensagem subjacente da estratégia é que a superioridade militar qualitativa de Israel na sua autodefesa é vista pela administração Trump como um pré-requisito para uma nova ordem regional. Com base nisso, argumenta, a continuidade da assistência de segurança dos EUA, da cooperação em matéria de inteligência e do apoio diplomático a Israel em fóruns internacionais permanece justificada.

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