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Polícia do Reino Unido avisa que prenderá manifestantes que gritem ‘globalizar a intifada’

18 de dezembro de 2025, às 13h32

Manifestantes em Londres, Reino Unido, denunciam os contínuos ataques de Israel a Gaza, em violação do cessar-fogo, em 30 de outubro de 2025. [Raşid Necati Aslım – Agência Anadolu]

A polícia do Reino Unido afirmou que prenderá pessoas que exibirem cartazes ou gritarem a frase “globalizar a intifada”, argumentando que o slogan agora representa um risco maior após os recentes ataques contra comunidades judaicas, segundo a Anadolu.

O termo “intifada”, palavra árabe que significa “levante”, passou a ser amplamente utilizado durante o levante palestino contra a ocupação israelense da Cisjordânia e da Faixa de Gaza em 1987.

Em um comunicado conjunto, a Polícia Metropolitana de Londres e a Polícia da Grande Manchester disseram que a medida foi tomada após o massacre ocorrido no domingo na praia de Bondi, em Sydney, Austrália.

Quinze pessoas foram mortas no domingo quando dois suspeitos — pai e filho — abriram fogo na praia de Sydney, capital de Nova Gales do Sul e a maior cidade da Austrália em população.

As duas forças policiais também mencionaram um ataque com faca na Sinagoga da Congregação Hebraica de Heaton Park, em Manchester, norte da Inglaterra, em 2 de outubro, no qual duas pessoas foram mortas.

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“Atos violentos ocorreram, o contexto mudou — as palavras têm significado e consequências. Agiremos com firmeza e faremos prisões”, disse a polícia.

Acrescentaram: “Sabemos que as comunidades estão preocupadas com cartazes e cânticos como ‘globalizar a intifada’, e aqueles que os utilizarem em futuros protestos ou de forma direcionada podem esperar” que as duas forças “tomem medidas”.

O comunicado afirmou que os policiais da linha de frente seriam instruídos sobre o que a polícia descreveu como uma “abordagem reforçada” e que os poderes previstos na Lei de Ordem Pública seriam utilizados, “incluindo as condições em torno das sinagogas de Londres durante os cultos”.

“O patrulhamento ostensivo e as medidas de segurança em torno de sinagogas, escolas e centros comunitários foram reforçados em Londres e na região metropolitana de Manchester. Estamos intensificando as investigações sobre crimes de ódio, e a Polícia Antiterrorista continua operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, para identificar e neutralizar ameaças”, acrescentou.

O rabino-chefe do Reino Unido disse à BBC esta semana que os cânticos de “globalizar a Intifada” contribuíram para os dois ataques.

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, afirmou no Parlamento, na quarta-feira, que seu governo aumentou o financiamento para a segurança judaica.

“Fico feliz em fazer isso, mas também lamento”, disse ele, acrescentando que ordenou uma revisão das leis sobre protestos e crimes de ódio.

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