O Ministro das Relações Exteriores do Egito, Badr Abdel-Aty, reiterou a firme rejeição do Cairo a quaisquer medidas que consolidem a separação entre a Faixa de Gaza e a Cisjordânia ocupada ou que prejudiquem as perspectivas de uma solução de dois Estados.
As declarações foram feitas durante uma conversa telefônica na noite de sábado entre Abdel-Aty e sua homóloga britânica, Yvette Cooper, segundo um comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Egito no domingo.
O ministério informou que os dois ministros discutiram maneiras de fortalecer as relações bilaterais e trocaram opiniões sobre desenvolvimentos regionais de interesse mútuo.
Sobre Gaza, Abdel-Aty enfatizou a importância de manter o cessar-fogo e implementar integralmente as exigências da segunda fase do plano do presidente dos EUA, Donald Trump, para pôr fim à guerra. Ele ressaltou a necessidade de implementar a Resolução 2803 do Conselho de Segurança da ONU, incluindo o envio da Força Internacional Temporária de Estabilização (TISF) para monitorar o cessar-fogo, proteger civis e permitir que as forças palestinas assumam as responsabilidades de aplicação da lei na Faixa de Gaza.
A Resolução 2803 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em novembro passado, delineia medidas para o fim dos combates e o estabelecimento de mecanismos de governança pós-guerra em Gaza.
O cessar-fogo, que entrou em vigor em outubro passado, interrompeu um genocídio iniciado pela ocupação israelense em 8 de outubro de 2023. O ataque, que durou dois anos, deixou mais de 70.000 palestinos mortos e mais de 170.000 feridos, além de causar extensa destruição em cerca de 90% da infraestrutura civil de Gaza. As estimativas iniciais apontam para perdas na reconstrução em aproximadamente US$ 70 bilhões.
Abdel-Aty também informou seu homólogo britânico sobre a visão do Egito para uma fase de transição que abriria caminho para o retorno da Autoridade Palestina à governança em Gaza.
Ele ressaltou que o estabelecimento de um Estado palestino independente, em conformidade com o direito internacional e as resoluções relevantes da ONU, continua sendo essencial para alcançar uma estabilidade duradoura na região.








