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Pesquisa junto às muçulmanas visa mapear islamofobia contra mulheres no Brasil

9 de dezembro de 2025, às 12h18

Homens muçulmanos seguram faixas enquanto cerca de dez mil cidadãos franceses marcham da Gare du Nord até a Place de la Nation contra a islamofobia em 10 de novembro de 2019 em Paris, França [Pierre Crom / Getty Images]

Pesquisadores do Grupo de Antropologia em Contextos Islâmicos e Árabes Nós (Grupo Gracias), lançaram uma pesquisa focada na islamofobia no Brasil, com enfoque específico para as mulheres. As respostas que estão sendo solicitadas pelo grupo em um formulário destinado a muçulmanas contribuirã para o Terceiro Relatório de Islamofobia – Mulheres no Brasil

Coordenada pela antropóloga Francirosy Campos Barbosa e financiada pelo CNpQ, a pesquisa visa mapear as experiências de islamofobia e as diversas formas de constrangimento e agressão que as mulheres dessa comunidade específica enfrentam, contribuindo para um diagnóstico mais preciso da situação. “A coleta de dados que realizaremos é de suma importância para a elaboração de um relatório nacional que consolidará essas informações e que poderá ser valioso para outros pesquisadores, a comunidade muçulmana e as instituições islâmicas”, diz a pesquisadora.

Conforme a explicação divulgada pela grupo “a islamofobia pode ser entendida como “aquilo que o interlocutor atribui como sendo islamofobia: uma piadinha sobre mulher-bomba, sobre ser terrorista por carregar uma mochila sem que saibamos o que tem dentro — tais são casos indicados como frases islamofóbicas. As atitudes negativas indiscriminadas ou emoções dirigidas ao Islam ou aos muçulmanos são elementos que, se indicados pelos sujeitos que sofrem essas agressões, são sim islamofobia, e é dessa forma que a pesquisadora vem ouvindo seus e suas interlocutores-as” (Barbosa et al, 2022, p.6). Fonte: Barbosa, F. C., Souza, F. F., Lucas, I. M., Rocha, G. C.,Carlos, I. H. B., & Paiva, C. M. (2022). I Relatório de Islamofobia no Brasil. São Bernardo do Campo: Ambigrama.

“Acreditamos que a pesquisa científica desempenha um papel fundamental na compreensão e na luta contra a islamofobia ao fornecer dados para a criação de recursos educacionais, como artigos, guias e campanhas de conscientização, entre outros”, afirma o Grupo Gracias.

O questionário pode ser respondido por mulheres nascidas muçulmanas ou revertidas ao Islam, maiores de 18 anos, que residam no Brasil. Interessadas em compartilhar relatos mais detalhados podem entrar em contato com o grupo pelo e-mail [email protected].