Equipes jurídicas e diplomáticas do Departamento de Estado dos EUA, em coordenação com o Gabinete do Conselheiro Jurídico do departamento, estão avaliando uma decisão iminente que pode designar a Irmandade Muçulmana como uma organização terrorista global, de acordo com uma reportagem publicada na segunda-feira.
Informações vazadas de Washington sugerem que, se adotada, a designação abriria caminho para medidas preventivas, investigações financeiras e processos contra indivíduos, empresários e instituições suspeitos de ligações com a rede internacional da Irmandade Muçulmana.
Fontes indicam que o Departamento do Tesouro dos EUA está preparando listas ampliadas que podem incluir os nomes de indivíduos, empresas, associações e entidades que se acredita operarem em estruturas ligadas ao “islamismo político”.
Segundo o relatório, um país árabe forneceu recentemente a Washington arquivos de inteligência detalhados sobre entidades ligadas à Irmandade. Esses documentos foram transferidos para um escritório de coordenação conjunta entre os Departamentos do Tesouro e de Estado, onde estão passando por revisão legal e processual.
Qualquer decisão futura poderia abranger instituições e organizações islâmicas ativas em diversos estados árabes, além da filial síria do movimento. Analistas também observam que os EUA podem ampliar o escopo da designação para incluir frentes de caridade e econômicas que se acredita estarem ligadas às operações internacionais da Irmandade.
A potencial medida dos EUA ocorre em um contexto de crescente pressão regional e internacional sobre o grupo. Diversos governos árabes baniram formalmente a Irmandade Muçulmana ou impuseram severas restrições desde 2011. Na Europa, o escrutínio está se intensificando — particularmente na França — em meio a crescentes apelos por uma repressão coordenada contra organizações vistas como usuárias da religião para fins políticos.
Esses acontecimentos coincidem com uma campanha internacional de mídia lançada em 11 de novembro e que se estenderá até 24 de novembro de 2025, defendendo a classificação da Irmandade Muçulmana como uma organização extremista. Os organizadores da campanha afirmam que seu objetivo é aumentar a conscientização pública europeia sobre o que descrevem como o “perigo de grupos extremistas político-islâmicos” que supostamente usam iniciativas comunitárias e de caridade como fachada para operações de influência dentro de instituições europeias.
Os líderes da campanha enfatizam que tais grupos “não representam os muçulmanos ou seus valores” e argumentam que sua ideologia contradiz os princípios islâmicos de tolerância, misericórdia e justiça.
Os esforços em curso concentram-se principalmente em cortar as redes de financiamento na Europa e no Oriente Médio, inclusive por meio de sanções, congelamento de ativos e maior supervisão financeira.
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