O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reiterou no domingo que seu governo permanece firmemente contrário ao estabelecimento de um Estado palestino, emitindo o esclarecimento em meio a intensas críticas de partidos de extrema-direita em sua coalizão governista. A reação negativa seguiu-se a uma declaração apoiada pelos EUA nas Nações Unidas, que fazia referência a um possível caminho para a criação de um Estado palestino.
A disputa eclodiu depois que os Estados Unidos e vários países de maioria muçulmana endossaram uma resolução da ONU que apoiava o plano do ex-presidente americano Donald Trump para pôr fim ao genocídio em Gaza. A resolução inclui uma cláusula que sugere a possibilidade de um Estado palestino independente, desde que a Autoridade Palestina passe por reformas significativas.
A cláusula provocou indignação entre a liderança da extrema-direita israelense, que já havia manifestado oposição ao cessar-fogo mediado por Trump em Gaza.
As consequências políticas agora ameaçam a estabilidade da coalizão de Netanyahu. O Ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, e o Ministro das Finanças, Bezalel Smotrich — ambos figuras influentes da extrema-direita — exigiram que Netanyahu rejeitasse explicitamente qualquer menção à criação de um Estado palestino. Ben-Gvir advertiu que retiraria seu partido do governo caso Netanyahu não emitisse uma declaração clara e inequívoca.
“Nossa oposição a um Estado palestino em qualquer território permanece inalterada. Gaza será desmilitarizada e o Hamas será desarmado, de uma forma ou de outra. Não preciso de garantias, tuítes ou sermões de ninguém”, respondeu Netanyahu, em tom desafiador.
![O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursa durante uma coletiva de imprensa em Jerusalém, em 9 de dezembro de 2024. [Foto de Maya Alleruzzo/Pool/AFP via Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/11/GettyImages-2188500771-scaled-e1733834216370-1.webp)