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Fundação Hind Rajab apresenta queixa por crimes de guerra contra o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert

6 de novembro de 2025, às 04h12

Ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert. [Foto de BRYAN R. SMITH/AFP via Getty Images]

A Fundação Hind Rajab apresentou uma queixa-crime na Alemanha acusando o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert de crimes de guerra pela ofensiva militar israelense de 2008-2009 na Faixa de Gaza, conhecida como Operação Chumbo Fundido, informou o grupo nesta quarta-feira, segundo a Anadolu.

A Fundação Hind Rajab apresentou uma queixa-crime na Alemanha acusando o ex-primeiro-ministro israelense Ehud Olmert de crimes de guerra pela ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza entre 2008 e 2009, conhecida como Operação Chumbo Fundido, informou o grupo nesta quarta-feira, de acordo com a Anadolu.

A advogada alemã Melanie Schweizer apresentou a denúncia ao Ministério Público de Berlim e à Procuradoria-Geral Federal em Karlsruhe, que lida com crimes internacionais de acordo com o Código Penal Alemão (VStGB), informou a fundação em comunicado.

Olmert deverá comparecer em 6 de novembro em Berlim, na Conferência sobre Democracia do Haaretz.

A Fundação argumentou que, como primeiro-ministro de 2006 a 2009, Olmert foi o principal responsável pelas operações militares israelenses em Gaza, que, segundo a fundação, resultaram na morte de mais de 1.300 palestinos, incluindo mais de 300 crianças, e na destruição generalizada da infraestrutura civil.

Organizações de direitos humanos, incluindo a Missão de Apuração de Fatos da ONU (Relatório Goldstone), a Anistia Internacional e a Human Rights Watch, já haviam documentado supostos ataques ilegais, o uso de fósforo branco em áreas povoadas e restrições ao acesso humanitário durante o conflito.

Citando o princípio da responsabilidade de comando, a denúncia acusou Olmert de autorizar, não impedir ou não processar ações que, segundo a fundação, constituem crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

A Fundação instou as autoridades alemãs a iniciarem uma investigação, emitirem um mandado de prisão e impedirem a saída de Olmert do país.

De acordo com a lei alemã, os tribunais podem processar crimes internacionais graves independentemente de onde foram cometidos ou da nacionalidade dos suspeitos.

“As vítimas de Gaza merecem justiça, não importa quanto tempo tenha passado”, disse Dyab Abou Jahjah, diretor-geral da Fundação Hind Rajab. “Os responsáveis ​​por crimes de guerra devem saber que a responsabilização não tem prazo de validade e que o mundo está cada vez mais perto da impunidade.”

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