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Denúncia da Fundação Hind Rajab sobre a cumplicidade do Banco Europeu de Investimento em crimes de guerra israelenses avança para avaliação formal

5 de novembro de 2025, às 06h14

Sede do Banco Europeu de Investimento, foto tirada em 2 de outubro de 2011 [Ingenhoven Architects/Flickr]

A denúncia formal da Fundação Hind Rajab (HRF) sobre a cumplicidade do Banco Europeu de Investimento (BEI) em crimes de guerra israelenses avançou na terça-feira para a fase de avaliação formal no âmbito do Mecanismo de Reclamações do banco (EIB-CM), de acordo com um comunicado, informa a Anadolu.

“Este desenvolvimento não é meramente processual — é um marco político e jurídico, sinalizando que uma instituição europeia está sendo forçada a lidar com sua cumplicidade em graves violações do direito internacional”, afirmou a HRF, descrevendo-o como um “ponto de virada”.

A HRF apresentou uma denúncia formal em 20 de junho ao EIB-CM, solicitando medidas imediatas para suspender e investigar a cooperação financeira do BEI com instituições israelenses incluídas na lista negra da ONU por seu envolvimento em assentamentos ilegais.

Os investimentos, que ultrapassam 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão), incluem financiamento para o Bank Leumi, Electra e outras entidades listadas no banco de dados da ONU de 2020 por facilitarem e lucrarem com os assentamentos israelenses.

“Esta é uma das primeiras ações legais na União Europeia que desafia diretamente a cumplicidade financeira de uma instituição da UE em crimes de guerra israelenses. Ela abre novos caminhos para responsabilizar os facilitadores de terceiros — e não apenas Israel — sob o direito internacional”, destacou a HRF.

O BEI deve agora examinar se suas relações com o Bank Leumi, a Electra e outras empresas incluídas na lista negra violam seus próprios padrões, a legislação da UE ou as obrigações internacionais.

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