A ministra de Estado para o Bem-Estar Social do Sudão, Salma Ishaq, revelou à Anadolu, no sábado, que as Forças de Apoio Rápido (RSF) mataram 300 mulheres nos dois primeiros dias após entrarem em El-Fasher, capital do estado de Darfur do Norte, no oeste do país. Sudão, relata a Anadolu.
“As Forças de Apoio Rápido (RSF) mataram 300 mulheres durante os dois primeiros dias de sua entrada em El-Fasher”, disse Ishaq em declarações, acrescentando que as mulheres foram “submetidas a agressões sexuais, violência e tortura”.
“Qualquer pessoa que saia de El-Fasher em direção a Tawila (no norte de Darfur) corre risco, pois a estrada El-Fasher-Tawila se tornou uma estrada da morte”, destacou Ishaq.
Ela acrescentou: “Ainda existem famílias em El-Fasher que estão sendo submetidas a arrastamento, tortura, humilhação e violência sexual”.
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A ministra enfatizou que “o que aconteceu em El-Fasher é um ato sistemático de limpeza étnica, um crime grave do qual todos são cúmplices por meio de seu silêncio”.
Em 26 de outubro, as Forças de Apoio Rápido (RSF) tomaram o controle de El-Fasher e cometeram “massacres” contra civis, segundo organizações locais e internacionais, em meio a alertas de que o ataque poderia consolidar a divisão geográfica do Sudão.
Na quarta-feira, o líder das RSF, Mohamed Hamdan Dagalo (Hemedti), admitiu que “violações” ocorreram por parte de suas forças em El-Fasher, alegando que comissões de investigação foram formadas.
Desde 15 de abril de 2023, o exército sudanês e as RSF estão em guerra, um conflito que as mediações regionais e internacionais não conseguiram pôr fim. O conflito já deixou 20.000 mortos e mais de 15 milhões de pessoas deslocadas internamente e como refugiadas, de acordo com relatórios da ONU e locais.
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