A Liga Árabe alertou o Conselho de Segurança da ONU que as operações militares israelenses em andamento e a expansão dos assentamentos ameaçam sabotar as frágeis esperanças de paz na Faixa de Gaza e nos territórios palestinos ocupados.
Em uma sessão aberta sobre o Oriente Médio na segunda-feira, o Representante Permanente da Liga Árabe nas Nações Unidas, Osama Abdel Khaleq, disse que o acordo de cessar-fogo alcançado na Cúpula de Sharm el-Sheikh em 13 de outubro representa um “vislumbre de esperança”, mas permanece “frágil”, pois se aplica apenas a Gaza e não aborda a questão palestina mais ampla.
Abdel Khaleq observou que a primeira fase do acordo incluía a troca de reféns israelenses e detidos palestinos, com o objetivo de facilitar uma resposta humanitária. Ele enfatizou a necessidade urgente de acabar com a fome e a violência, garantir a entrega desobstruída de ajuda e iniciar os esforços de reconstrução como base para as negociações sobre o status final com base na solução de dois Estados.
Ele criticou duramente as políticas do governo de extrema direita de Israel, instando-o a abandonar seus “sonhos de alcançar um Grande Israel” e alertando que “o domínio militar, apoiado externamente, não trará estabilidade”.
O enviado também alertou que as ações israelenses na Palestina, Síria, Líbano, Iêmen e, mais recentemente, no Catar, poderiam desencadear um confronto regional mais amplo com “consequências terríveis”.
Abdel Khaleq condenou a retenção por Israel de bilhões de dólares em receitas fiscais palestinas, chamando-a de uma medida que fortalece “forças extremistas” enquanto enfraquece a Autoridade Palestina, que, segundo ele, requer um forte apoio árabe e Apoio internacional.
Ele elogiou os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, para promover um acordo político e reiterou a necessidade da Palestina se tornar membro pleno da ONU, com base nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como sua capital.
O representante da Liga Árabe alertou que a expansão contínua dos assentamentos israelenses, a punição coletiva e as restrições à reconstrução não impediriam o povo palestino de buscar seus “direitos legítimos e inalienáveis”.
Abdel Khaleq condenou ainda as incursões provocativas de ministros israelenses extremistas na Mesquita de Al-Aqsa e na Igreja da Natividade, afirmando que tais ações “aprofundam o ódio” e ameaçam as perspectivas de coexistência pacífica.
Ele concluiu apelando ao Conselho de Segurança para que tome “medidas concretas” para garantir a implementação do Acordo de Sharm el-Sheikh e apoie os esforços renovados em direção a um acordo político abrangente.
LEIA: Netanyahu ordena ataques “imediatos e poderosos” em Gaza apesar do cessar-fogo








