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Israel continua proibindo jornalistas de entrar em Gaza e afirma estar reexaminando essa política

27 de outubro de 2025, às 03h22

Fotojornalistas e repórteres que trabalham em Gaza continuam seus trabalhos no local após um ataque aéreo israelense a uma tenda de jornalistas perto do Hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, em 11 de agosto de 2025. [Mahmoud İssa/ Agência Anadolu]

O governo israelense planeja reexaminar uma política que proíbe jornalistas de entrar na Faixa de Gaza devastada pela guerra, informou a Anadolu no domingo.

Em resposta enviada à Suprema Corte de Israel, o governo afirmou que reexaminaria sua política em relação à entrada de jornalistas em Gaza dentro de um mês e apresentaria uma atualização sobre o assunto até 23 de novembro, informou o jornal Haaretz.

A medida ocorre após petições apresentadas à corte contra a proibição governamental de entrada de jornalistas no território palestino.

A resposta do governo à corte demonstra que jornalistas continuam proibidos de entrar em Gaza, exceto dentro da chamada “linha amarela”, até que a política seja atualizada.

A “linha amarela” é uma linha imaginária que separa as áreas atualmente ocupadas pelo exército israelense em Gaza daquelas de onde ele havia se retirado.

Na última quinta-feira, a Associação de Imprensa Estrangeira em Israel expressou decepção com a decisão da Suprema Corte que permitiu ao governo continuar impedindo jornalistas de entrar em Gaza.

Pelo menos 238 jornalistas palestinos foram mortos e dezenas ficaram feridos em ataques israelenses em Gaza desde outubro de 2023.

Organizações palestinas e internacionais de direitos humanos e mídia alertam que a proibição israelense à entrada de jornalistas e os ataques a repórteres visam ocultar atrocidades que ocorrem em Gaza.

Israel matou mais de 68.000 pessoas e feriu mais de 170.000 em dois anos de ataques em Gaza desde outubro de 2023.

A primeira fase de um acordo de cessar-fogo entrou em vigor em Gaza em 10 de outubro, sob o plano de 20 pontos do presidente dos EUA, Donald Trump.

A primeira fase inclui a libertação de reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos. O plano também prevê a reconstrução de Gaza e o estabelecimento de um novo mecanismo de governo sem o Hamas.

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