clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Grupo de direitos humanos alerta para controle israelense sobre hospital americano em Rafah

8 de outubro de 2025, às 04h59

Fumaça sobe da área enquanto Israel continua seus ataques, apesar do apelo do presidente dos EUA, Donald Trump, para “interromper imediatamente os ataques a Gaza”. Campo de Refugiados de Nuseirat, na Cidade de Gaza, Gaza, em 4 de outubro de 2025. [Khames Alrefi/ Agência Anadolu]

O Centro de Direitos Humanos de Gaza (GCCHR) expressou profunda preocupação com relatos de que a organização humanitária Samaritan’s Purse, sediada nos EUA, está estabelecendo um hospital de campanha em Rafah, em uma área sob total controle militar israelense.

Em um comunicado divulgado na segunda-feira, o centro alertou sobre a falta de transparência em relação à finalidade, supervisão e fontes de financiamento do hospital. De acordo com o GCCHR, espera-se que a unidade com 80 leitos seja composta por médicos americanos, canadenses e europeus, com esforços em andamento para recrutar médicos palestinos de Gaza em troca de salários e moradia segura. O equipamento para o hospital deverá chegar em meados de outubro, como parte do que o centro descreveu como “coordenação direta entre Estados Unidos e Israel”.

O GCCHR expressou temores de que o hospital possa ser usado como “uma ferramenta de chantagem política e humanitária” ou como um meio de controle sobre pacientes palestinos. O centro traçou paralelos com casos anteriores, como o da chamada “Organização Humanitária de Gaza”, que, segundo ele, serviu de fachada para atacar civis palestinos e aplicar políticas que contribuíram para a fome.

O grupo de direitos humanos enfatizou que qualquer unidade médica estabelecida em uma área sob total controle israelense “não pode ser separada do sistema de dominação” imposto pelas autoridades ocupantes. Alertou que vincular serviços humanitários a condições políticas ou de segurança corre o risco de transformá-los em instrumentos de pressão e coerção, em violação aos princípios dos direitos humanos e ao direito internacional humanitário.

LEIA: ITA Airways suspende voos para Tel Aviv até o final do ano