Irã diz que acordo do Cairo para cooperação com a AIEA “não é mais válido” após a reimposição de sanções

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, disse no domingo que um acordo do Cairo para cooperação com o órgão de vigilância nuclear da ONU “não é mais válido” após a imposição de sanções de retorno rápido por países ocidentais, relata a Anadolu.

“Os três países europeus pensaram que poderiam alcançar resultados por meio do mecanismo de retorno rápido, mas essa ferramenta foi ineficaz e apenas complicou a diplomacia”, disse Araghchi, citado pela agência de notícias estatal IRNA, após se reunir com embaixadores e diplomatas estrangeiros credenciados em Teerã.

A ONU reimpôs sanções ao Irã na semana passada, pela primeira vez em uma década, após o levantamento das mesmas sob o acordo nuclear de 2015. Isso ocorreu depois que os signatários europeus do acordo – Reino Unido, França e Alemanha – acionaram o mecanismo de reversão previsto na Resolução 2231 do Conselho de Segurança da ONU.

Araghchi enfatizou que não há solução para a questão nuclear do Irã “além de uma solução diplomática e negociada”.

Nos últimos anos, houve repetidas ameaças de ataque militar, mas tal abordagem não conseguiu resolver nenhuma questão.

Mesmo agora, se as partes [opositoras] agirem de boa-fé e considerarem interesses mútuos, a continuação das negociações é possível. No entanto, acontecimentos recentes no Conselho de Segurança da ONU dificultaram o processo”, disse ele.

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No mês passado, o Irã e a AIEA assinaram um acordo na capital egípcia, Cairo, para retomar a cooperação. A medida ocorreu após Teerã suspender a cooperação com a agência nuclear, acusando-a de parcialidade.

O ministro iraniano afirmou que o acordo do Cairo “não é mais válido” nas condições atuais.

“Para provar a natureza pacífica de seu programa nuclear e sua boa vontade, a República Islâmica do Irã esgotou todas as vias diplomáticas, buscou consultas e cooperação e apresentou propostas construtivas e equilibradas. Agora não há mais desculpas para os países ocidentais impedirem a cooperação ou o diálogo do Irã”, disse Araghchi.

A tensão aumentou após Israel lançar um ataque surpresa a Teerã em 13 de junho, visando instalações militares, nucleares e civis, bem como comandantes militares de alto escalão e cientistas nucleares.

Teerã lançou ataques retaliatórios com mísseis e drones, enquanto os EUA bombardearam três instalações nucleares iranianas. O conflito de 12 dias foi interrompido por um cessar-fogo patrocinado pelos EUA, que entrou em vigor em 24 de junho.

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