Ismail al-Thawabta, diretor-geral do gabinete de imprensa do governo de Gaza, rejeitou o recente plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para um suposto cessar-fogo em Gaza, ao notar falta de “solução real, justa ou mesmo objetiva”.
Para al-Thawabta, a proposta se resume a “tentativa de impor nova tutela para legitimar a ocupação e privar o povo palestino de seus direitos”.
“A única forma de acabar com a guerra é dar fim à agressão israelense, revogar este cerco injusto e cessar a destruição sistêmica de nossas casas”, reiterou, ao insistir nos direitos palestinos a “liberdade, independência e autodeterminação”.
“Quaisquer propostas que ignorem esses direitos e tratem Gaza como mera entidade de segurança, sem soberania e sob gestão internacional, têm como resposta oposição total da consciência nacional palestina”, acrescentou.
“É assim que vemos a relação dentre um povo grandioso que se sacrificou imensamente sob 77 anos de ocupação e as gangues criminosas que tomaram a Palestina pela força”, concluiu al-Thawabta. “Queremos o fim imediato desta guerra criminosa”.
O Catar confirmou receber um esquema de 20 passos nesta segunda-feira (29), incluindo troca de prisioneiros, desarmamento do Hamas, retirada gradual das forças de Israel em Gaza e formação de um comitê tecnocrata para governar o território.
Ceticismo, no entanto, permanece em alta, dada a última manobra israelo-americana na tentativa de instaurar o ex-premiê britânico Tony Blair como gestor provisório de Gaza, em medida rechaçada como consolidação de um novo mandato colonial.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 66 mil mortos, 168 mil feridos e dois milhões de desabrigados sob cerco, destruição e fome. Entre as fatalidades, cerca de 20 mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
Israel é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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