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Assembleia Geral: Petro da Colômbia incita retirada de delegação dos EUA

25 de setembro de 2025, às 02h13

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, realizou um pronunciamento contundente em sua intervenção na 80ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, ao denunciar, de maneira franca, políticas dos Estados Unidos.

Em protesto, a delegação americana deixou o plenário.

Petro começou ao acusar o presidente Donald Trump de apelar a políticas anti-imigração como “desculpa de ricos, brancos e racistas que creem ser uma raça superior”.

Para o mandatário, seus dirigentes levam “toda a humanidade a sua própria extinção”.

Sobre alegações de combate ao narcotráfico dos Estados Unidos, Petro notou o fracasso da guerra às drogas, ao apontar que seu objetivo não é “impedir a cocaína de chegar aos Estados Unidos, mas dominar os povos do sul, de maneira geral”.

Ao citar os 17 mortos por ataques do Pentágono no Caribe, Petro confirmou ser “possível” que cidadãos colombianos estivessem entre as vítimas.

“Jovens inocentes estão sendo assassinados com mísseis cujo disparo foi ordenado pelo presidente dos Estados Unidos”, reiterou. “Isso não é guerra contra os narcotraficantes, é guerra contra os jovens pobres da América Latina”.

Petro traçou paralelos entre as políticas de xenofobia e o genocídio em Gaza, ao apontar supremacismo: “O que fazem em Gaza é um experimento hitlerista, como o das câmaras de gás e dos campos de concentração [da Alemanha nazista]”

Para o presidente, contudo, a solução supera acenos diplomáticos, ao sugerir o envio de tropas da ONU aos territórios ocupados. Ao criticar a comunidade internacional, reiterou: “Este recinto se faz mudo e cúmplice diante de um genocídio”.

Petro assumiu a vanguarda latino-americana em condenar a crise em Gaza, ao romper as relações diplomáticas com Israel há 16 meses, suspender exportações de carvão e apoiar o processo por genocídio do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 65 mil mortos, 165 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome. Dentre as fatalidades, ao menos 18.500 são crianças.

As ações foram reconhecidas como genocídio pela Comissão de Inquérito Independente das Nações Unidas, e assim investigadas pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, desde janeiro de 2024.

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