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Trump negocia com Talibã possível retorno dos EUA a base de Bagram

21 de setembro de 2025, às 06h31

Presidente dos EUA, Donald Trump, fala com jornalistas antes de partir a Londres, em Washington DC, em 16 de setembro de 2025 [Celal Günes/Agência Anadolu]

A administração dos Estados Unidos do presidente Donald Trump deu início a discussões preliminares com o Talibã sobre o reestabelecimento de uma presença militar americana na base aérea de Bagram, no Afeganistão.

Segundo fonte anônima ao Wall Street Journal, as conversas são comandadas por Adam Boehler, enviado especial da Casa Branca para resposta a reféns, e abrangem potencial troca de prisioneiros, arranjos econômicos e termos de segurança.

As discussões, conforme os relatos, incluem permitir que Washington use Bagram como “ponto de lançamento” para “operações de contraterrorismo”, ao abrigar veículos aéreos tripulados e não-tripulados (drones).

Bagram, a norte da capital Cabul, foi a maior instalação americana no Afeganistão nos 20 anos de invasão militar, até a retirada completa das tropas em 2021.

A reportagem, porém, citou o ministro de Relações Exteriores do Afeganistão, Zakir Jalaly, ao negar qualquer presença militar americana no país, embora aberto a colaborações em âmbito político e econômico.

“Jamais na história os afegãos aceitaram presença militar estrangeira e essa possibilidade foi terminantemente rejeitada durante as conversas e o acordo de Doha, mas as portas a outros engajamentos seguem abertas”, declarou Jalaly.

Ao se evadir da matéria, Sean Parnell, porta-voz do Pentágono, afirmou à reportagem que o Departamento de Defesa “revisa rotineiramente planos de contingência e segue pronto para agir sob as diretivas do presidente”.

Na quinta-feira (18), Trump aventou a jornalistas tentativas de reaver de Bagram do grupo Talibã, embora sem detalhes sobre supostas negociações secretas.

Trump insistiu que o que o motivou a avançar na pauta é a proximidade da base a um sítio chinês, de suposta produção de armas nucleares. O presidente criticou a perda da base por Washington, após a retirada de seu antecessor, Joe Biden.

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