O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma nova ordem executiva para mudar o nome do Departamento de Defesa — com sede no Pentágono — a Departamento de Guerra, ao sugerir um posicionamento ainda mais beligerante.
Em cerimônia de assinatura do Salão Oval, nesta sexta-feira (5), Trump insistiu que o novo nome se dá para romper com uma suposta ideologia “woke” no departamento. Segundo o presidente, a mudança trará consigo “uma nova era de vitória militar”.
“Vencemos a Primeira Guerra Mundial. Vencemos a Segunda Guerra. Vencemos tudo que veio antes e no meio delas”, declarou o presidente. “Então viramos woke [sic] e decidimos chamar a pasta de Departamento de Defesa”.
“Deveríamos ter vencido tudo”, acrescentou. “Poderíamos ter vencido todas as guerras, mas escolhemos o woke, o politicamente correto no lugar … Mas não perdemos também, só meio que lutamos. Como um empate. Guerras que venceríamos facilmente com uma ou outra mudança”.
Segundo fontes, a expressão “Departamento de Guerra” será usada em correspondências oficiais da Casa Branca, assim como pronunciamentos públicos. O secretário da Defesa, Pete Hegseth, será igualmente chamado de “secretário de Guerra”.
Mudanças permanentes, porém, exigem tramitação no Congresso.
Para analistas, a mudança reflete uma política externa ainda mais agressiva do segundo mandato de Trump. Desde que assumiu em janeiro, Trump ordenou ataques a Iêmen, Irã e sul do Caribe, além de reforçar apoio ao genocídio de Israel.
A beligerância contradiz promessas de campanha de agir como “pacificador e unificador” enquanto no poder.
O novo nome tem raízes históricas, empregue de 1789 a 1949. Para historiadores, a ideia era ressaltar uma política de evitar conflitos diretos, diante da Guerra Fria e da incipiente ameaça nuclear.
Na cerimônia, ameaçou Hegseth: “O Departamento de Guerra lutará decisivamente, não em conflitos perpétuos. Vai lutar para vencer, não para perder. Vamos para a ofensiva, não mais na defensiva. Máxima letalidade, sem legalidade tépida [sic]. Efeito violento e não o politicamente correto [sic]”
O segundo mandato de Trump é marcado por renomeações, como o Golfo do México para “Golfo da América”. Em uma ocasião, devolveu o nome confederado do Forte Liberty, na Carolina do Norte, ao rebatizá-lo de “Forte Bragg”.
Na terça-feira (2), Trump deferiu um ataque aéreo em águas internacionais, a um suposto barco de “narcoterroristas”, atribuído, sem provas, à Venezuela. Trump e outros oficiais prometeram novos ataques extrajudiciais.
Onze pessoas foram mortas. Trump negou alertas de especialistas, sobre riscos civis, ao afirmar nesta sexta: “Não sei nada de pescadores. Eles poderiam dizer ‘Não vou entrar no barco. Não vou assumir esse risco”.








