Bassem Naim, oficial sênior do movimento palestino Hamas, afirmou nesta segunda-feira (8) que as ideias apresentadas pelo regime dos Estados Unidos de Donald Trump, para um cessar-fogo em Gaza, foram “claramente feitas para serem rejeitadas”.
Segundo Naim, a proposta não prevê fim da guerra, tampouco garante a reconstrução ou retirada das tropas ocupantes de Gaza.
À rede de notícias Quds Press, Naim explicou que o plano de Washington sugere entrega de todos os prisioneiros de guerra no primeiro dia da trégua, vinculado à formação de um governo assentido por Israel, com funções de segurança.
A proposta, disse Naim, considera anistia a membros do Hamas, mas pede o desarme da resistência, “sem qualquer menção à reconstrução de Gaza”, após dois anos de ataques indiscriminados, com destruição da infraestrutura civil.
O oficial insistiu que seu movimento e outras facções de resistência buscam “um acordo que pare a guerra e o genocídio e abra caminho a uma solução política que cumpra todos os objetivos nacionais legítimos”.
Na segunda, sem detalhes, Trump alegou que “os israelenses aceitaram os termos” e que “é hora de o Hamas concordar”. Em seguida, emitiu um novo “alerta final” ao Hamas, em caso de rejeição de sua oferta.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 64 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, devastação e fome. A campanha é investigada como genocídio pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia.
![Prédios destruídos na Cidade de Gaza, sob ataques de Israel, em 7 de setembro de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/09/AA-20250907-39045154-39045145-ISRAELI_ATTACKS_ON_GAZA_CONTINUE.webp)