“Foi decisão correta, razoável e humana”, diz Angela Merkel sobre acolhida da Alemanha a refugiados

3 meses ago

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Então Chanceler da Alemanha Angela Merkel durante cerimônia de abertura da Conferência Falling Walls, na Nova Galeria Nacional de Berlim, em 8 de novembro de 2014 [Michael Ukas/Getty Images]

A Alemanha foi um dos países que mais acolheram refugiados no auge do êxodo de sírios que chegaram à Europa fugindo da guerra, especialmente entre 2015 e 2016. A abertura foi uma decisão da então chanceler Angela Merkel, que falou sobre esse fato em entrevista à emissora pública alemã ARD, como parte de um documentário que foi ao ar na última segunda-feira (25/08).

Apesar de críticas sofridas desde então, até mesmo dentro de seu partido (CDU), a ex-chanceler disse que não se arrepende de sua decisão. Ela admitiu que o fato tem sido usado como pretexto para o endurecimento de políticas migratórias e para a ascensão de partidos de ultra e extrema-direita, como a AfD (sigla para Alternativa para a Alemanha), mas ressaltou que o país fez progressos significativos na integração desses migrantes.

“Isso certamente fortaleceu a AfD. Mas seria motivo para eu não tomar uma decisão que considero importante, correta, sensata e humana?”, disse Merkel, que foi a chefe de governo alemã de 2005 a 2021. “É um processo. Mas, até agora, conquistamos muito. E o que ainda precisa ser feito deve continuar sendo feito.”

O fato de Merkel ter aberto o país para acolhida dos migrantes em situação de refúgio levou a quedas em sua popularidade nos meses seguintes. Ela, contudo, vem se mantendo firme. Em outubro de 2015, a ex-chefe de governo alemã disse ao diário Bild que “as pesquisas não são a minha medida padrão” e que “faz parte da humanidade fundamental do nosso país acolher com simpatia um refugiado ou qualquer outro ser humano”.

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Segundo dados do ACNUR, a Agência da ONU para Refugiados, ao final de 2024 a Alemanha abrigava 2,7 milhões de pessoas nessa condição, ocupando a quarta colocação global entre os maiores países de acolhida. A liderança cabe ao Irã (3,5 milhões), seguida por Turquia (2,9 milhões) e Colômbia (2,8 milhões). A nação europeia representa uma exceção, pois os países que mais recebem refugiados geralmente fazem fronteira com localidades que enfrentam conflitos e crises humanitárias.

Tem recorrente

Essa não foi a primeira vez que Merkel defendeu a política migratória de seu governo depois de deixar o poder. Em sua autobiografia, lançada em 2024, a ex-chanceler afirmou que “a Europa deve sempre proteger suas fronteiras externas”, mas insistiu que “a prosperidade e o império da lei sempre farão com que a Alemanha e a Europa (…) sejam lugares para onde as pessoas querem ir”.

Na obra, Merkel pontuou ainda que “a falta de mão de obra faz com que a imigração legal seja essencial” e fez um alerta aos demais partidos alemães sobre a AfD, sobre a adoção de sua retórica “sem propor soluções concretas para os problemas existentes”.

Publicado originalmente em MigraMundo

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