A organização internacional Human Rights Watch (HRW) ressaltou em relatório publicado nesta semana que o apoio militar e de inteligência deferido pelos Estados Unidos a Israel, durante a campanha em Gaza, implica responsabilização legal por crimes de guerra.
Segundo o dossiê, a assistência americana inclui informações detalhadas a bombardeios israelenses, incluindo a alvos civis, além de planejamento conjunto para ações militares, com envolvimento direto em massacres cometidos contra os palestinos.
Em outubro de 2024, o então presidente Joe Biden admitiu que forças especiais do país e peritos de inteligência haviam auxiliado Israel na execução sumária de Yahya Sinwar, líder do movimento Hamas no enclave sitiado.
Conforme o relatório, Washington transferiu ao menos US$4.17 bilhões em armas a Israel entre outubro de 2023 e maio de 2025.
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O Human Rights Watch observou que ambas as gestões — de Biden e de Donald Trump — forneceram “extensivo apoio militar e logístico” às violações de Israel, para além de falas de “incitação ao deslocamento forçado”, crime de lesa-humanidade.
A organização reafirmou que Israel, com apoio americano, cometeu múltiplos crimes de guerra desde outubro de 2023, incluindo assassinato, fome, destruição e limpeza étnica, ao ignorar mandados internacionais por cessar-fogo e acesso humanitário.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco e destruição. Dentre as fatalidades, ao menos dezoito mil são crianças.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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