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Apoio militar torna EUA passíveis de processo por crimes em Gaza, ressalta HRW

28 de agosto de 2025, às 14h44

Forças israelenses na fronteira com Gaza, em 24 de agosto de 2025 [Tsafrir Abayov/Agência Anadolu]

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) ressaltou em relatório publicado nesta semana que o apoio militar e de inteligência deferido pelos Estados Unidos a Israel, durante a campanha em Gaza, implica responsabilização legal por crimes de guerra.

Segundo o dossiê, a assistência americana inclui informações detalhadas a bombardeios israelenses, incluindo a alvos civis, além de planejamento conjunto para ações militares, com envolvimento direto em massacres cometidos contra os palestinos.

Em outubro de 2024, o então presidente Joe Biden admitiu que forças especiais do país e peritos de inteligência haviam auxiliado Israel na execução sumária de Yahya Sinwar, líder do movimento Hamas no enclave sitiado.

Conforme o relatório, Washington transferiu ao menos US$4.17 bilhões em armas a Israel entre outubro de 2023 e maio de 2025.

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O Human Rights Watch observou que ambas as gestões — de Biden e de Donald Trump — forneceram “extensivo apoio militar e logístico” às violações de Israel, para além de falas de “incitação ao deslocamento forçado”, crime de lesa-humanidade.

A organização reafirmou que Israel, com apoio americano, cometeu múltiplos crimes de guerra desde outubro de 2023, incluindo assassinato, fome, destruição e limpeza étnica, ao ignorar mandados internacionais por cessar-fogo e acesso humanitário.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco e destruição. Dentre as fatalidades, ao menos dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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