Alemanha não apoiará Estado da Palestina, reafirma chanceler

3 meses ago

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Chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, em Berlim, em 22 de julho de 2025 [Halil Sagirkaya/Agência Anadolu]

A Alemanha não apoiará o reconhecimento de um Estado palestino, reiterou nesta terça-feira (26) o chanceler Friedrich Merz, apesar de apelos crescentes para que seu governo mude de postura diante do genocídio israelense em Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Durante coletiva de imprensa em Berlim, junto do premiê canadense, Mark Carney, Merz confirmou se juntar aos aliados Canadá, Austrália e França na promessa de reconhecer a Palestina na Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro.

“O governo canadense sabe da posição do governo federal da Alemanha sobre o possível reconhecimento da Palestina como Estado”, insistiu o líder conservador. “Não apoiamos essa iniciativa”.

Questionado se a postura poderia mudar diante dos massacres recentes a civis em Gaza, incluindo o duplo ataque ao Hospital Nasser nesta segunda-feira, com cinco jornalistas mortos, Merz reagiu negativamente.

“Não vemos hoje condições para reconhecimento do Estado de toda maneira e, como tal, seguimos divididos nesta questão”, declarou o chanceler. “Os eventos dos últimos dias e horas tampouco mudaram nosso posicionamento”.

“Não tomaremos essa medida, como está, na pauta da Assembleia Geral, em setembro”, acrescentou Merz. “Mas, novamente, os governos em questão estão cientes de nossas divergências sobre a matéria”.

O governo alemão intensificou críticas a Israel nos meses recentes, contudo, simbólicas, salvo suspensão parcial de exportação de armas usadas em Gaza. Merz, porém, resiste a ações mais firmes contra o genocídio.

Berlim obstrui ainda o congelamento de um acordo de comércio com Tel Aviv no fórum da União Europeia, bem como sanções a ministros extremistas.

A Alemanha diz apoiar uma solução de dois Estados, mas nega reconhecimento até nova negociação. Críticos alertam, no entanto, que a campanha em Gaza, anexação de terras e expansão de assentamentos ilegais inviabilizam a proposta internacional.

Uma pesquisa recente confirmou que a maioria dos alemães (60%) apoia medidas para o reconhecimento de um Estado palestino, apesar da aversão do governo. Somente 22% se opõem e 18% se dizem indecisos.

Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob destruição e fome. Dentre as vítimas fatais, dezoito mil são crianças.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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