O exército sudanês negou nesta quinta-feira (21) acusações dos ex-aliados paramilitares, conhecidos como Forças de Suporte Rápido (FSR), ter conduzido um ataque aéreo a um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM), que transportava assistência à região de Darfur, reportou a agência Anadolu.
Em nota postada na rede social X (Twitter), as forças regulares caracterizaram a versão de seus adversários na guerra civil como “fabricações”, com objetivo de encobrir um suposto atentado da milícia ao comboio em Mellit.
A devolução da culpa insistiu que a FSR mantém “violações contínuas” desde o início dos conflitos, incluindo saque, estupro e deslocado compulsório de civis, além de converter campos de refugiados em zonas de treinamento a mercenários estrangeiros.
“O governo, que abriu corredores, como na travessia de Adré com o Chade, não poderia, sob circunstância alguma, alvejar comboios destinados a nosso próprio povo”, comentou o exército, ao prometer continuidade das batalhas “até que a nação esteja livre”.
Nas últimas semanas, milícias perderam terreno em confronto, incluindo nos estados de Nilo Branco e Cartum. Contudo, mantém partes do Cordofão Ocidental e do Norte, assim como bolsões no Nilo Azul e Cordofão do Sul e quatro dos cinco estados de Darfur.
O exército regular e seus ex-parceiros de golpe de Estado travam a guerra desde abril de 2023, com mais de 20 mil mortos e 14 mil refugiados, segundo dados locais e das Nações Unidas. Pesquisas acadêmicas, porém, estimam cerca de 130 mil mortos.
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