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Milícias denunciam bombardeio a comboio do PAM em Darfur, exército nega

21 de agosto de 2025, às 15h32

Voluntário busca minas terrestres em prédio do Programa Alimentar Mundial (PAM), em Cartum, no Sudão, em 28 de julho de 2025 [Ebrahim Hamid/AFP via Getty Images]

O exército sudanês negou nesta quinta-feira (21) acusações dos ex-aliados paramilitares, conhecidos como Forças de Suporte Rápido (FSR), ter conduzido um ataque aéreo a um comboio do Programa Alimentar Mundial (PAM), que transportava assistência à região de Darfur, reportou a agência Anadolu.

Em nota postada na rede social X (Twitter), as forças regulares caracterizaram a versão de seus adversários na guerra civil como “fabricações”, com objetivo de encobrir um suposto atentado da milícia ao comboio em Mellit.

A devolução da culpa insistiu que a FSR mantém “violações contínuas” desde o início dos conflitos, incluindo saque, estupro e deslocado compulsório de civis, além de converter campos de refugiados em zonas de treinamento a mercenários estrangeiros.

“O governo, que abriu corredores, como na travessia de Adré com o Chade, não poderia, sob circunstância alguma, alvejar comboios destinados a nosso próprio povo”, comentou o exército, ao prometer continuidade das batalhas “até que a nação esteja livre”.

Nas últimas semanas, milícias perderam terreno em confronto, incluindo nos estados de Nilo Branco e Cartum. Contudo, mantém partes do Cordofão Ocidental e do Norte, assim como bolsões no Nilo Azul e Cordofão do Sul e quatro dos cinco estados de Darfur.

O exército regular e seus ex-parceiros de golpe de Estado travam a guerra desde abril de 2023, com mais de 20 mil mortos e 14 mil refugiados, segundo dados locais e das Nações Unidas. Pesquisas acadêmicas, porém, estimam cerca de 130 mil mortos.

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