![Embaixador dos EUA a Israel, Mike Huckabee, no Muro das Lamentações, na Cidade Velha de Jerusalém, em 18 de abril de 2025 [Gil Cohen-Magen/AFP/ Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2025/08/GettyImages-2210146934.webp)
Mike Huckabee, embaixador dos Estados Unidos a Israel, confirmou que seu governo não se opõe à expansão de assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia ocupada, ao não a enxergar violação da lei internacional.
Em entrevista à rádio militar Kan, Huckabee insistiu que decisões sobre desenvolvimento dos colonatos do chamado setor E1 repousam somente sobre o governo de Israel.
O projeto, deferido por Tel Aviv, deve isolar Jerusalém Oriental ocupada de seus arredores geográficos, além de seccionar norte e sul da Cisjordânia, ao inviabilizar, assim, um futuro Estado palestino.
“Não vamos avaliar se isso é bom ou ruim, apenas dizer que, em termos gerais, isso não é uma violação da lei internacional [sic]”, afirmou o diplomata trumpista, ao ignorar a letra da lei. “Cabe também, penso eu, a todos nós reconhecer que os israelenses têm o direito de viver em Israel [sic]”.
Huckabee havia sugerido previamente que o governo de Donald Trump ponderaria acatar uma anexação da “Judeia e Samaria” — termo colonial para a Cisjordânia ocupada — sob planos do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
Os comentários do embaixador coincidem com um anúncio de Bezalel Smotrich, ministro das finanças, de retomar o projeto do assentamento E1, com milhares de novas unidades de habitação colonial, incluindo deslocamento de palestinos nativos.
O esquema busca ligar Jerusalém ocupada ao colonato exclusivamente judaico de Ma’ale Adumim, a leste, apesar de protestos árabes e internacionais.
Israel intensificou esforços na Cisjordânia no contexto do genocídio em Gaza, com cerca de mil palestinos mortos e sete mil feridos sob incursões militares e pogroms coloniais, incluindo nos arredores de Jerusalém.
Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, admitiu a ilegalidade da ocupação israelense nos territórios de 1967, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados, bem como reparações aos nativos.
Em setembro passado, a medida avançou a resolução da Assembleia Geral, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada.
LEIA: Fome deliberada: O roteiro israelense para a subjugação de Gaza