Hamas revela termos do cessar-fogo em Gaza, nega condições de desarmamento

4 meses ago

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Membros das Brigadas Izz-ad Din al-Qassam, braço armado do Hamas, em Khan Younis, Gaza, em 20 de fevereiro de 2025 [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

Fontes palestinas revelaram na segunda-feira (18) pontos fundamentais da nova proposta de cessar-fogo apresentada por Egito e Catar, mediadores do conflito, com aquiescência do grupo Hamas e sob suposta avaliação israelense.

Segundo os relatos, o plano revisa linhas de retirada das tropas israelenses no período de trégua, ao prever recuo a 800 metros ao longo das fronteiras leste, norte e sul do enclave sitiado.

Seiscentos caminhões com ajuda humanitária, incluindo materiais de habitação, devem entrar diariamente em Gaza, mediante coordenação de agências estabelecidas, incluindo das Nações Unidas.

Outro ponto é troca de prisioneiros, com o retorno de dez israelenses, ainda vivos, e 1.700 palestinos nas cadeias da ocupação, entre os quais 1.500 sequestrados de Gaza.

A nova proposta também estabelece início de negociações francas a partir do primeiro dia de cessar-fogo, a fim de encerrar a guerra dentro de 60 dias.

As fontes ressaltaram, no entanto, que a anuência do Hamas não implica acordo firmado, mas responsabilidade de Israel e Estados Unidos em determinar as negociações.

Em comentário paralelo, à emissora Al Jazeera Mubasher, Taher el-Nounou — assessor de imprensa da liderança do Hamas — ressaltou que o grupo cumpriu sua parte, mas alertou para procrastinação de Tel Aviv.

El-Nounou corroborou aguardar condições israelenses, mas insistiu que o texto corrente não abrange, até então, cláusulas relativas a desarmar a resistência.

O oficial notou ainda que sua organização não objeta a formação de um comitê executivo para administrar Gaza, como parte de um plano do Egito para reconstrução, com apoio de países árabes e islâmicos.

O comitê de 15 membros seria composto por tecnocratas apartidários, conforme esboço, com mandato de seis meses transicionais. Ao fim do período, a gestão seria repassada à Autoridade Palestina.

Na última semana, uma delegação do Hamas, chefiada por Khalil al-Hayya, líder político do movimento, chegou ao Cairo, para debater a matéria. A visita sucedeu impasse, após o lado israelo-americano deixar as conversas de Doha em julho.

A mobilização, com participação da Turquia, prescindiu da presença dos Estados Unidos, com o presidente Donald Trump concentrado na guerra entre Rússia e Ucrânia.

Israel deflagrou seu genocídio em Gaza em outubro de 2023, como retaliação e punição coletiva a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Desde então, ao menos 62 mil palestinos foram mortos — dezoito mil, crianças.

Duas pessoas foram desabrigadas, em condições de cerco, destruição e fome.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.

O Hamas tem declarado há meses intenções de firmar um acordo — sem aval israelense. Netanyahu é acusado de minar negociações por interesse próprio, sob receios de colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção em três casos em curso.

Em março, Israel rescindiu unilateralmente um acordo de janeiro para cessar-fogo e troca de prisioneiros, ao retomar seus ataques intensivos a Gaza, assim como cerco absoluto, culminando em uma catástrofe de fome.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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