O Ministério de Relações Exteriores do Sudão do Sul negou nesta quarta-feira (13) realizar conversas com Israel para reassentar ilegalmente os palestinos de Gaza.
Na terça-feira (12), a rede americana Associated Press citou seis fontes ao afirmar que Tel Aviv e Juba conduziam negociações para receber palestinos deslocados à força, em meio a planos israelenses para ocupar integralmente o enclave costeiro.
“Essas alegações são infundadas e não refletem a política oficial do governo da República do Sudão do Sul”, disse a chancelaria em nota.
Ainda na quarta, o premiê israelense Benjamin Netanyahu repetiu dolo de limpeza étnica, ao ecoar entusiasmo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e insistir que os palestinos nativos “devem simplesmente deixar Gaza”.
A proposta recebe oposição internacional, bem como denúncia de uma nova Nakba — ou “catástrofe” — pelos palestinos.
Em março, Somália e Somalilândia — região autônoma somali — também negaram ceder à proposta.
Os rumores surgiram após visita do ministro de Relações Exteriores sul-sudanês, Semaya Kumba, a Israel, em julho, onde se reuniu com Netanyahu.
No mesmo mês, Juba confirmou receber oito deportados da gestão Trump, no contexto de perseguição de imigrantes por Washington, após batalha legal.
Desde sua secessão do Sudão em 2011, o Sudão do Sul vive à margem da guerra. A crise política se agravou em março, quando o presidente Salva Kiir ordenou a prisão de seu vice Riek Machar.
Israel ignora apelos internacionais ao manter ataques indiscriminados a Gaza, há mais de 22 meses, com ao menos 62 mil mortos, 155 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome generalizada.
O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








