Ongs registram queixa em Haia contra Israel, por morte de jornalistas em Gaza

4 meses ago

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Parentes e colegas realizam funeral aos repórteres da Al Jazeera Anas al-Sharif, Mohamed Qraiqea, Ibrahim Dahir, Moumin Alaywa e Mohammed Noufal, mortos por Israel dentro de sua tenda, perto do Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, em 11 de agosto de 2025 [Yousef al-Zanoon/Agência Anadolu]

A Fundação Hind Rajab e o Centro Palestino por Direitos Humanos registraram uma nova queixa no Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, contra lideranças de Israel, pelo assassinato do correspondente da Al Jazeera Anas al-Sharif e seus colegas em Gaza, reportou uma nota conjunta nesta terça-feira (12).

As informações são da agência de notícias Anadolu

No domingo (10), o jornalista de 28 anos cobria a situação no Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, quando um míssil atingiu a tenda onde ele e outros repórteres se abrigavam. Ao menos sete pessoas foram mortas — seis jornalistas.

O exército israelense admitiu o ataque, ao difamar as vítimas, contudo, como “terroristas em vestes de imprensa”.

A denúncia a Haia identifica o chefe do exército israelense, Eyal Zamir, e líderes políticos, incluindo o premiê Benjamin Netanyahu, como responsáveis pelas mortes, e pede à corte novos mandados de prisão, além de acelerar os processos já em curso.

“O assassinato de Anas al-Sharif foi tão direto, tão prepotente, tão pleno em desdém pela vida humana, verdade, legalidade e humanidade, que não podemos permitir que siga em silêncio”, declarou Dyab Abou Jahjah, chefe da fundação.

Ao ressaltar evidências em apreciação dos juízes, as organizações instaram Haia a “ir além de declarações prévias de ‘grave preocupação’ e assumir medidas decisivas que a justiça tanto demanda — isto é, agir”.

Em nota à parte, especialistas da ONU ecoaram o repúdio: “O assassinato dos jornalistas, ao passo que Israel anuncia um plano para tomar Gaza, não é coincidência, mas tentativa deliberada para silenciar aqueles que expõe suas atrocidades ao mundo”.

“É ultrajante que o exército israelense ouse deflagrar uma campanha de difamação contra Anas, como suposto membro do Hamas, para desacreditar sua cobertura e então matá-lo, junto de seus colegas, por falar a verdade”, apontaram os especialistas.

“Estados que continuam a apoiar Israel devem agora adotar duras, para cessar as mortes, massacres e fome de massa”, concluíram.

Os assassinatos sucederam em apenas dois dias o anúncio do governo israelense de um plano para ocupar integralmente Gaza, após 22 meses de campanha militar e genocídio, incluindo cerco e fome.

Trabalhadores de imprensa são categoria protegida pela lei internacional. No entanto, são ao menos 230 dentre as 62 mil vítimas fatais do genocídio perpetrado por Israel em Gaza, desde outubro de 2023.

O regime ocupante trata comunicação como parte crucial de sua política de propaganda de guerra, em detrimento dos direitos da liberdade de imprensa, assim como do direito do público a transparência e informação.

Dado que correspondentes estrangeiros seguem impedidos de entrar em Gaza, somente jornalistas palestinos — em contrato freelance ou mesmo voluntário — permanecem no enclave, incumbidos de cobrir seu próprio morticínio.

Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, emitiu mandados de prisão contra o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, por crimes de guerra e lesa-humanidade em Gaza.

O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.

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