Uma delegação do movimento Hamas chegou ao Cairo nesta terça-feira (12) para debater uma nova proposta de 60 dias de cessar-fogo em Gaza, reportou a mídia egípcia, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
A equipe é chefiada por Khalil al-Hayya, membro sênior do bloco político do partido.
A proposta — introduzida pelos mediadores Egito e Catar, com participação da Turquia — serve de resposta a um plano de reocupação integral de Gaza, aprovado pelo Gabinete de Segurança israelense na última semana.
A visita do Hamas sucede impasse nas negociações de cessar-fogo, “desde a retirada das delegações de Israel e Estados Unidos das conversas de Doha, em julho”.
Segundo a emissora estatal Al-Qahera, o Cairo realiza “contatos intensivos com as partes para superar diferenças, e alcançar uma trégua em Gaza”.
“As conversas buscam, mais uma vez, levar à retomada de negociações e progresso rumo a um acordo de cessar-fogo”, disseram as fontes, que ressaltaram esforços paralelos por acesso humanitário ao território palestino, assolado pela fome.
Também nesta terça-feira, a rádio militar israelense Kan informou que negociadores de Tel Aviv seguem divididos sobre a matéria, incluindo troca de prisioneiros, apesar de negativa do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e ministros extremistas.
A rede israelense confirmou que a iniciativa “inclui um acordo abrangente para libertar 50 reféns — corpos e cativos —, em troca do desarmamento do grupo”.
Na segunda-feira (11), o ministro de Relações Exteriores do Egito, Badr Abdelatty, afirmou trabalhar em coordenação com Catar e Estados Unidos em busca de um acordo.
“Ainda temos chance de chegar a um acordo, se existir vontade política e boa fé”, indicou o chanceler, em coletiva de imprensa no Cairo. Abdelatty ecoou denúncias de genocídio, conduzido por Israel, incluindo restrição de acesso humanitário.
O Hamas tem declarado há meses intenções de firmar um acordo — sem aval israelense. Netanyahu é acusado de minar negociações por interesse próprio, sob receios de colapso de seu governo e eventual prisão por corrupção em três casos em curso.
Em março, Israel rescindiu unilateralmente um acordo de janeiro para cessar-fogo e troca de prisioneiros, ao retomar seus ataques intensivos a Gaza, assim como cerco absoluto, culminando em uma catástrofe de fome.
Em Gaza, são 62 mil mortos e dois milhões de desabrigados pelo genocídio realizado por Israel — assim investigado pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), com sede em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.








