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Reino Unido reprime protesto pró-Palestine Action, prende 200 ativistas

9 de agosto de 2025, às 13h33

Polícia Metropolitana de Londres prende ativistas em ato pró-Palestina, em 9 de agosto de 2025 [Rasid Necati Aslim/Agência Anadolu]

Cerca de 200 manifestantes foram presos pela polícia de Londres durante um protesto de massa contra o genocídio israelense em Gaza e em apoio ao Palestine Action — iniciativa da sociedade civil criminalizada pelo governo no último mês.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A multidão, convocada pelo grupo Defend Our Juries, reuniu-se na Praça do Parlamento, com bandeiras palestinas e cartazes com palavras de ordem, como: “Contra o genocídio! Eu apoio o Palestine Action”.

A marcha foi acompanhada por forte presença policial, com dezenas de ativistas detidos pela Polícia Metropolitana logo de início. Autoridades confirmaram 200 detidos.

“Às 15h40, o número de prisões por mostrar apoio a uma entidade proscrita foi 200, com mais a seguir”, destacou a polícia na rede social X (Twitter).

Mais cedo, alegou em nota: “Embora muitos que continuam na praça sejam transeuntes e repórteres, ainda há pessoas com cartazes em apoio ao Palestine Action … Policiais estão trabalhando firmemente sobre a multidão, com maiores prisões”.

Diante de ameaças das autoridades policiais, órgãos internacionais e ativistas antiguerra advertiram que as detenções de manifestantes seriam ilegais.

Em junho, a secretária do Interior do Reino Unido, Yvette Cooper, anunciou a proibição do coletivo de ação direta, sob o Ato de Terrorismo de 2000, após ativistas picharem jatos da Força Aérea Real, em protesto à cumplicidade com os crimes em Gaza.

Em julho, a criminalização foi deferida pelas Câmaras dos Comuns e dos Lordes.

Volker Turk, chefe de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), notou apreensões sobre a medida, ao descrevê-la como “mau uso perturbador” de leis contra o terrorismo, em detrimento de liberdades cívicas fundamentais.

O governo britânico do primeiro-ministro Keir Starmer sofre pressão crescente, incluindo das ruas, pelo fim de seu apoio às ações de Israel.

No último mês, Starmer condicionou o reconhecimento do Estado palestino a um cessar-fogo em Gaza; contudo, sem ações até então.

Tel Aviv ignora apelos internacionais ao manter ataques indiscriminados a Gaza há quase dois anos, com mais de 61 mil mortos e dois milhões de desabrigados sob cerco, devastação e fome. As vítimas são, em maioria, mulheres e crianças.

Neste entremeio, protestos tomaram capitais e grandes cidades do mundo, com milhões saindo às ruas de Londres, por semanas consecutivas.

O Estado israelense é réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024. 

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