O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, apresentou mapas para anexação da Cisjordânia a Mike Johson, presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, em visita ao Estado ocupante, nesta segunda-feira (4), revelou o jornal em hebraico Israel Hayom.
Segundo as informações, a apresentação se deu durante reunião no assentamento ilegal de Shiloh, a nordeste de Ramallah, no centro da Cisjordânia.
Na mesma ocasião, pela primeira vez publicamente, Netanyahu informou o chefe do legislativo americano das intenções israelenses de tomar “uma inevitável decisão militar em Gaza”, no sentido de ocupação plena, confirmou o jornal.
A delegação de Johnson também se reuniu com o Conselho Yesha, órgão que representa colonos, em visita ao assentamento ilegal de Ariel. Durante o encontro, o deputado republicano chamou a Cisjordânia pelo termo colonial — “Judeia e Samaria”.
A presidência palestina condenou a turnê de Johnson, ao considerar suas declarações contrárias à lei internacional e grave escalada na política de ocupação.
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Johnson, terceiro na linha de sucessão do executivo americano, é o oficial de mais alto escalão a visitar a Cisjordânia ocupada, após chegar a Tel Aviv com uma comitiva trumpista, no contexto do apoio de Washington à colonização da Palestina.
Analistas notam que qualquer medida para anexar a Cisjordânia remataria o prospecto ocidental de dois Estados, como solução política à crise de oito décadas.
Israel ocupou Cisjordânia, Gaza e Jerusalém Oriental em 1967, ao impor assentamentos ilegais. Há 20 anos, o regime israelense se retirou de Gaza, mas instituiu um cerco por ar, mar e terra que devastou o território posteriormente.
Avanços coloniais em Jerusalém e na Cisjordânia — incluindo pogroms contra os palestinos nativos — se intensificaram no contexto do genocídio em Gaza, com mais de 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados no enclave sitiado.
Em julho de 2024, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação, ao instar evacuação imediata de colonos e soldados e reparações aos nativos.
Em setembro, a medida evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas, com maioria absoluta dos votos e prazo de um ano para ser implementada — entretanto, sem anuência israelense ou pressão de fato, até então.
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