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Israel–EUA matam 1.500 pessoas carentes em Gaza desde maio, reporta ONU

6 de agosto de 2025, às 00h47

Palestinos carregam corpo de vítima de disparos israelenses em posto assistencial em Zikim, no norte de Gaza, em 3 de agosto de 2025 [Khames Alrefi/Agência Anadolu]

Cerca de 1.500 pessoas foram mortas em Gaza desde maio enquanto buscavam assistência humanitária, confirmou nesta segunda-feira (4) a Organização das Nações Unidas (ONU), segundo reportagem da agência Anadolu.

“O Escritório para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informa que diversas pessoas continuam a ser mortas ou feridas, incluindo em busca de alimento, ao longo das rotas e postos militarizados de distribuição e passagem de comboios da ONU”, ressaltou o porta-voz Farhan Haq a jornalistas.

“Cerca de 1.500 pessoas foram mortas desde maio”, acrescentou.

Haq notou que um profissional de saúde do Crescente Vermelho da Palestina foi morto no domingo (3), em um bombardeio israelense a Khan Younis, no sul de Gaza.

Em 27 de maio, Estados Unidos e Israel impuseram um mecanismo militarizado no lugar das estruturas assistenciais estabelecidas da ONU, condenada amplamente como ineficaz, bem como “armadilha mortal” a palestinos famintos.

Questionado pela Anadolu se o Secretariado-Geral crê que a reputaçãoda ONU pode ser salva, dado o fracasso em conter as violações israelenses, Haq reagiu: “Certamente pode”.

Haq insistiu que o histórico de sua instituição inclui “negociações diplomáticas bem-sucedidas” e ajuda humanitária que “mantém vivos bilhões de pessoas”.

O assessor argumentou que a falta de consenso internacional, sobretudo no Conselho de Segurança, é responsável pelos impedimentos.

O departamento de comunicação do governo em Gaza informou na segunda que apenas 674 caminhões assistenciais conseguiram entrar no enclave desde 27 de junho — ou 14% do mínimo, de 600 caminhões por dia.

O gabinete reconheceu que os 80 caminhões que entraram no domingo (3) sofreram saque de cidadãos desesperados, em meio a “uma atmosfera de caos deliberadamente projetada”, mediante uso da fome como arma de guerra.

Israel ignora apelos internacionais por cessar-fogo ao manter seu genocídio em Gaza, com quase 61 mil mortos desde outubro de 2023, além de dois milhões de desabrigados sob destruição, cerco e fome.