O governo do Líbano autorizou o exército a preparar um plano para consolidar seu monopólio de armas, até o fim do ano, declarou na noite desta terça-feira (5) o primeiro-ministro Nawaf Salam, segundo informações da agência Anadolu.
A decisão foi tomada durante reunião do gabinete chefiada pelo presidente Joseph Aoun, para debater o desarmamento de agentes não-estatais, sobretudo o movimento Hezbollah.
Durante coletiva de imprensa, Salam confirmou que o gabinete concordou em prosseguir com discussões sobre a proposta dos Estados Unidos para controle de armas, em encontro do governo marcado para quinta-feira (7).
Nesta quarta, o Hezbollah rechaçou à medida como “grave pecado”, ao “adotar decisões que privam o Líbano de sua resistência armada contra o inimigo israelense”.
Para o movimento, a decisão “prejudica a capacidade libanesa” de reagir a agressões externas, ao abrir caminho para que Israel conquiste seus objetivos no país, após fracassar em sua invasão militar no último ano.
“Deste modo, trataremos a decisão como se não existisse”, reiterou o Hezbollah.
Para o movimento, a medida é capitulação do governo aos “ditames do enviado americano Tom Barrack”, proponente da ação.
O Hezbollah ressaltou seguir aberto ao diálogo sobre a “estratégia de segurança nacional”, bem como pauta dos prisioneiros e reconstrução de áreas devastadas pelos ataques israelenses — “porém, não sob agressão”.
Israel lançou ataques aéreos ao Líbano em 8 de outubro de 2023, paralelamente ao início do genocídio em Gaza, ainda em curso.
Em setembro de 2024, a troca de disparos avançou a guerra aberta, com invasão israelense e mais de quatro mil mortos e 17 mil feridos, além de milhões de deslocados. Um cessar-fogo foi firmado em novembro, contudo, sob sucessivas violações por Israel.








