Reportagem desmente Trump: Assistência a Gaza é 5% do valor declarado

Uma reportagem do jornal americano The Washington Post desmentiu as reiteradas alegações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que sua administração enviou US$60 milhões em ajuda alimentar a Gaza, ao estimar, porém, apenas US$3 milhões.

Segundo oficiais do Departamento de Estado, cerca de US$30 milhões foram alocados do Fundo de Assistência a Desastres Internacionais à chamada Fundação Humanitária de Gaza (GHF), sistema israelo-americano imposto em lugar de estruturas das Nações Unidas—destes, somente US$3 milhões foram entregues.

Observadores denunciam os postos de distribuição da GHF como “armadilhas mortais”, incluindo estimativas da ONU de que forças israelenses estacionadas nos locais mataram ao menos 1.300 palestinos famintos desde o fim de maio.

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Gaza vive uma catástrofe de fome sob cerco militar israelense, com 169 pessoas mortas por inanição, incluindo 93 crianças, desde outubro de 2023.

Na última quinta-feira (31), Trump se vangloriou da suposta assistência a repórteres, na Casa Branca: “Demos US$60 milhões algumas semanas atrás. Ninguém fala disso. Ninguém diz obrigado”.

A reportagem citou ainda um relatório de informes de assessores do enviado ao Oriente Médio, Steve Witkoff, a comitês congressionais, segundo os quais Israel consentiu com US$30 milhões em suposta ajuda dos Estados Unidos.

Organizações internacionais, contudo, alertam que as remessas ou são insuficientes ou sequer chegam aos necessitados, sob caos de segurança causado pelos bombardeios de Israel e destruição de bens por colonos, nas travessias de fronteira.

Em manobra publicitária, após imagens da fome viralizarem online, Witkoff visitou um posto assistencial do GHF no sul de Gaza, na sexta-feira (1º).

O genocídio israelense em Gaza, com apoio americano, segue em curso desde outubro de 2023, com 60 mil mortos, 145 mil feridos e dois milhões de desabrigados — em maioria, mulheres e crianças.