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Declaração na ONU defende solução de dois Estados e fim da guerra de Gaza

31 de julho de 2025, às 11h59

Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense atingir uma área residencial em Gaza, em 15 de julho de 2025. O ataque deixou danos generalizados, com colunas de fumaça sendo vistas subindo do bairro afetado. [Ali Jadallah/Agência Anadolu]

A Declaração de Nova Iorque sobre a Solução Pacífica da Questão da Palestina pede fim imediato da guerra em Gaza. A síntese sugere um roteiro internacional para a implementação de uma solução de dois Estados para o conflito israelense-palestino.

França e Arábia Saudita organizaram a conferência internacional de alto nível que aconteceu na segunda e terça-feira na sede da ONU. O evento anunciou a próxima Conferência de Reconstrução de Gaza, no Cairo, Egito, o compromisso com a criação de um fundo internacional para a região e sublinhou o papel da Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa.

Brasil endossou o documento

O Brasil endossou o documento na sua qualidade de parceiro internacional que esteve liderança de um dos oito grupos de trabalho na conferência. Entre os que firmaram estão Egito, Japão, Irlanda e União Europeia.

Ministros das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot (à esquerda)  e Príncipe Faisal bin Farhan Al Saud da Arábia Saudita foram copresidentes da conferência

Ministros das Relações Exteriores da França, Jean-Noel Barrot (à esquerda) e Príncipe Faisal bin Farhan Al Saud da Arábia Saudita foram copresidentes da conferência [Manuel Elias/ONU]

O documento elaborado pelos copresidentes França e Arábia Saudita reflete propostas da conferência “nas dimensões política, de segurança, humanitária, econômica, jurídica e narrativa estratégica”.

Para os autores, trata-se de um “plano de ação concreto com prazo determinado para orientar o engajamento e a implementação internacional, a coordenação operacional e os esforços de acompanhamento em direção à implementação da Solução de Dois Estados e à plena integração regional.”

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O texto realça que a guerra em Gaza deve terminar de imediato e condena ataques do movimento Hamas contra civis israelenses em 7 de outubro de 2023, bem como operações militares israelenses pelas baixas civis e a destruição de infraestrutura.

Ameaças à estabilidade

O resumo indica que um conflito contínuo, na falta de um caminho confiável para a paz, “representa graves ameaças à estabilidade regional e internacional”. O pedido é que seja implementado de imediato o acordo de cessar-fogo de forma faseada.

Trata-se do entendimento mediado pelo Egito, Catar e Estados Unidos para pôr fim aos confrontos, garantir a libertação de reféns e assegurar a retirada das forças israelenses de Gaza.

Declaração também prometeu dar amplo apoio internacional à reconstrução de Gaza
ONU/Manuel Elias
Declaração também prometeu dar amplo apoio internacional à reconstrução de Gaza

A declaração também apela à reunificação de Gaza e da Cisjordânia sob o controle da Autoridade Palestina, e à renúncia do movimento Hamas ao poder em Gaza bem como a entrega de suas armas.

Apoio internacional a uma solução de dois Estados

A proposta inclui a criação de um comitê administrativo de transição, apoiado por parceiros internacionais, sob a Autoridade Palestina, apoiado por uma missão temporária de estabilização. Essa operação para proteger os civis e auxiliar nas transições de segurança e governança seria liderada pela ONU.

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Pela declaração, apenas uma solução política pode trazer paz ou segurança”. O texto assegura apoio internacional a uma solução de dois Estados, baseada nas fronteiras de 1967, com Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado palestino.

A declaração também prometeu dar amplo apoio internacional à reconstrução de Gaza e endossa um plano de recuperação da Organização Árabe para a Cooperação Islâmica para esse propósito.