‘Nosso genocídio’: Ong e artistas de Israel pedem sanções por crimes em Gaza

4 meses ago

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Após a organização de direitos humanos israelense B’Tselem emitir um relatório sob o título “Nosso genocídio”, no qual reiterou que as ações de Tel Aviv em Gaza configuram campanha deliberada de aniquilação, figuras públicas, de maneira inédita, somaram-se a apelos por sanções contra o próprio país.

Trinta e um signatários, incluindo artistas, acadêmicos e mesmo ex-oficiais, instaram da comunidade internacional que intervenha à medida que o deslocamento em massa e a fome assolam o enclave sitiado e sua população civil.

Dentre os nomes: Yuval Abraham, vencedor do Oscar; Michael Ben-Yair, ex-procurador-geral; Avraham Burg, ex-presidente do parlamento (Knesset); Michal Na’aman, pintor; Aharon Shabtai, poeta; Ra’anan Alexandrowicz, cineasta; e Inbal Pinto, coreógrafo.

Vários dos peticionários são consagrados pelo Prêmio Israel, maior honraria cultural do Estado ocupante.

“Nosso país está matando pessoas de fome em Gaza e ponderando a remoção forçosa de milhões de palestinos de suas terras”, admitiu a carta. “A comunidade internacional tem de instaurar sanções devastadoras a Israel, até que dê fim a sua campanha brutal e implemente um cessar-fogo permanente”.

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O apelo sucede a atualização dos números de Gaza, com mais de 60 mil mortos em 21 meses. Imagens de palestinos cadavéricos, incluindo crianças, viralizaram nas semanas recentes, em meio a alertas de uma catástrofe de fome.

A carta coincidiu ainda com a publicação de dois dossiês históricos das ongs israelenses B’Tselem e Médicos por Direitos Humanos, que reconheceram genocídio.

Para a conhecida organização B’tselem, em “Nosso genocídio”, o extermínio em Gaza é culminação de décadas de regime colonial e de apartheid.

O capítulo cinco do relatório, intitulado “Genocídio como um processo”, situa as ações em curso dentro de uma trajetória histórica: “O regime de apartheid israelense — com sua engenharia demográfica, limpeza étnica e segregação — é projetado para cimentar a supremacia judaica sobre os palestinos e rendê-los indefesos e fragmentados”.

Segundo a B’Tselem, o regime de ultradireita israelense apelou às operações do Hamas de 7 de outubro de 2023 como pretexto para avançar em políticas de desumanização e aniquilação de longa data, com o apogeu em genocídio pleno.

“Em toda a área entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão [isto é, Palestina histórica], o regime israelense impõe leis, práticas e violência para consolidar a supremacia de um grupo — judeus — sobre outro — palestinos”, corroborou o relatório.

Os autores concluíram que as operações em curso constituem, portanto, não uma falha estratégica, mas sim “um ataque coordenado aos alicerces da sociedade em Gaza, com intento de destruir os palestinos de Gaza como grupo”.

A resposta oficial israelenses insiste, entretanto, em propaganda de guerra. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foragido internacional sob mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), nega as evidências de fome em Gaza.

Estima-se 147 mortos por desnutrição em Gaza, sob cerco de Israel — oitenta e oito, crianças.

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