Centenas de ativistas brasileiros, incluindo sindicatos e movimentos sociais, realizaram no domingo (27) um protesto em São Paulo em apoio ao povo palestino, contra o cerco e genocídio israelenses na Faixa de Gaza.
As informações são da rede de notícias Quds Press.
A manifestação ocorreu em frente ao Banco Safra, na Avenida Paulista, ente financeiro denunciado por laços com o Estado colonial. Os presentes reivindicaram do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva que rompe relações com Israel.
O protesto foi convocado pela Frente Palestina São Paulo, com apoio do movimento de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS), no Brasil, bem como partidos, simpatizantes e judeus antissionistas.
Manifestantes exibiram cartazes denunciando a fome em Gaza.
Em contato com a rede Quds Press, o ativista Fábio Bosco ressaltou a cumplicidade da comunidade internacional com os massacres em Gaza. Bosco notou demandas pelo fim de exportações da estatal Petrobrás a Israel.
“Vim aqui para dizer que o Brasil tem de apoiar os oprimidos e não exportar petróleo à máquina de morte sionista”, destacou.
Organizadores enfatizaram em seu chamado dossiê recente da Classificação Integrada de Fases da Segurança Alimentar (IPC, na sigla em inglês), segundo o qual a totalidade da população de Gaza — entre 2.2 e 2.4 milhões de pessoas — vivem em insegurança alimentar, incluindo 900 mil pessoas em situação catastrófica (fase %).
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William Mendes, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, denunciou um “vergonhoso silêncio global”, ao reafirmar: “Não podemos falar de democracia, e de justiça social, se ficarmos em silêncio sobre o uso da fome como arma — contra crianças!”
Para Camila Malagine, ativista, “não se trata de conflito, mas de uma política calculada de genocídio”. “Nosso governo tem de ser firme”, acrescentou.
Lula reconhece o genocídio, porém procrastina ainda a ruptura de relações. Em julho, a relatora especial das Nações Unidas Francesca Albanese mencionou a Petrobrás como uma das empresas implicadas na “economia da ocupação”.
Desde então, o governo em Brasília formalizou sua adesão no processo contra o Estado israelense no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), radicado em Haia, em curso desde janeiro de 2024.
Nesta segunda-feira (28), em evento na ONU sobre uma solução para a crise, o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, prometeu ampliar sanções; porém, sem sugestão de rompimento de laços até então.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde outubro de 2023, com ao menos 60 mil mortos e dois milhões de desabrigados, sob cerco, destruição e fome.
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