clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Colonos israelenses matam dois, erguem posto ilegal na Cisjordânia

12 de julho de 2025, às 15h00

Procissão funeral para Mahmoud Nassar, de 23 anos, morto por soldados israelenses em Salim, na região de Nablus, na Cisjordânia, em 6 de julho de 2025 [Nedal Eshtayah/Agência Anadolu]

Colonos ilegais israelenses mataram dois cidadãos palestinos nesta sexta-feira (11), na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias Anadolu — uma das vítimas foi espancada até a morte.

Em ocasião à parte, colonos instalaram uma tenda no topo de uma colina na aldeia de Sa’ir, perto de Hebron (al-Khalil), como preparativo para construção de um novo posto avançado ilegal, a ser convertido eventualmente em assentamento.

Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, Saif al-Din Kamel Abdul Karim Muslat, de 23 anos, morreu de seus ferimentos após ser linchado, na aldeia de Sinjil. Horas depois, Mohammed al-Shalabi, também de 23 anos, foi executado a tiros.

Segundo laudo médico, Mohammed foi baleado no torso, pelas costas, “e deixado para sangrar por horas e horas”.

Bassam al-Qawasmeh, camponês de Sa’ir, denunciou por sua vez a nova base colonial, sobre suas terras, na colina de Jabal al-Hadib. Segundo al-Qawasmeh colonos de Israel cercaram centenas de dunums de terras e impediram acesso, sob escolta militar.

LEIA:  Em carta, ministros de Israel pedem anexação imediata da Cisjordânia

“Tudo o que está acontecendo está acontecendo com apoio e incentivo do governo de Israel”, acrescentou. “Colonos tentam primeiro pegar um pequeno pedaço de terra; em seguida, expandem pouco a pouco, para expropriar milhares de acres”.

“Os palestinos”, advertiu, contudo, “não permitirão que isso aconteçam e defenderão suas terras custe o que custar”.

Dias antes, colonos israelenses instalaram outro posto avançado em Jabal al-Jumjuma, em Halhul, Hebron, incluindo trailers e uma bandeira israelense.

Segundo dados palestinos, cerca de 770 mil colonos ilegais seguem radicados em terras da Cisjordânia, em 180 assentamentos e 256 postos avançados. No primeiro semestre de 2025, foram documentados 2.153 ataques coloniais.

Soldados e colonos israelenses mataram ao menos 998 palestinos e feriram outros 700 na Cisjordânia, no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023. Outros dez mil permanecem encarcerados arbitrariamente.

Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.

Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.

LEIA: Escalada de Israel na Cisjordânia impede retorno, reportam Nações Unidas