Colonos ilegais israelenses mataram dois cidadãos palestinos nesta sexta-feira (11), na região de Ramallah, na Cisjordânia ocupada, reportou a agência de notícias Anadolu — uma das vítimas foi espancada até a morte.
Em ocasião à parte, colonos instalaram uma tenda no topo de uma colina na aldeia de Sa’ir, perto de Hebron (al-Khalil), como preparativo para construção de um novo posto avançado ilegal, a ser convertido eventualmente em assentamento.
Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, Saif al-Din Kamel Abdul Karim Muslat, de 23 anos, morreu de seus ferimentos após ser linchado, na aldeia de Sinjil. Horas depois, Mohammed al-Shalabi, também de 23 anos, foi executado a tiros.
Segundo laudo médico, Mohammed foi baleado no torso, pelas costas, “e deixado para sangrar por horas e horas”.
Bassam al-Qawasmeh, camponês de Sa’ir, denunciou por sua vez a nova base colonial, sobre suas terras, na colina de Jabal al-Hadib. Segundo al-Qawasmeh colonos de Israel cercaram centenas de dunums de terras e impediram acesso, sob escolta militar.
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“Tudo o que está acontecendo está acontecendo com apoio e incentivo do governo de Israel”, acrescentou. “Colonos tentam primeiro pegar um pequeno pedaço de terra; em seguida, expandem pouco a pouco, para expropriar milhares de acres”.
“Os palestinos”, advertiu, contudo, “não permitirão que isso aconteçam e defenderão suas terras custe o que custar”.
Dias antes, colonos israelenses instalaram outro posto avançado em Jabal al-Jumjuma, em Halhul, Hebron, incluindo trailers e uma bandeira israelense.
Segundo dados palestinos, cerca de 770 mil colonos ilegais seguem radicados em terras da Cisjordânia, em 180 assentamentos e 256 postos avançados. No primeiro semestre de 2025, foram documentados 2.153 ataques coloniais.
Soldados e colonos israelenses mataram ao menos 998 palestinos e feriram outros 700 na Cisjordânia, no contexto do genocídio em Gaza, desde outubro de 2023. Outros dez mil permanecem encarcerados arbitrariamente.
Em julho último, em decisão histórica, o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, reconheceu a ilegalidade da ocupação de Israel na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, ao instar evacuação imediata e reparação aos nativos.
Em setembro, a decisão evoluiu a resolução da Assembleia Geral das Nações Unidas — por maioria absoluta dos votos, com prazo de um ano a ser executada.
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