O ativista pró-Palestina Mahmoud Khalil registrou nesta quinta-feira (10) um processo contra o governo dos Estados Unidos do presidente Donald Trump, por danos materiais e morais impostos por “prisão motivada politicamente”, confirmou nota do Centro por Direitos Constitucionais, radicado em Nova York.
Segundo Khalil: “Este é o primeiro passo por justiça — nada pode restaurar os 104 dias que me roubaram. O trauma, a separação de minha esposa, a perda do nascimento de meu primeiro filho. Sejamos claros, o mesmo governo que me atacou por ousar falar é aquele que usa nossos impostos para financiar o genocídio israelense em Gaza”.
“É preciso responsabilização aos atos de retaliação política e abuso de poder”, reiterou o comunicado.
Trata-se da primeira queixa a requerer indenização do Estado de um indivíduo alvejado pela repressão trumpista a imigrantes, em particular envolvidos em protestos contra a campanha de Israel em Gaza.
Khalil, de 30 anos de idade, foi detido em sua casa na cidade de Nova York em março, porém transferido por 2.200 km a uma instalação carcerária do Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos (ICE) na Louisiana.
Khalil, estudante da Universidade de Columbia, tornou-se rosto da repressão trumpista a imigrantes que se juntaram a protestos pró-Palestina nos campi do país, contra o sítio e o genocídio israelenses na Faixa de Gaza.
Sem sequer acusação, permaneceu em custódia por mais de três meses, sob alegação de ameaças aos interesses de política externa dos Estados Unidos.
Khalil foi enfim libertado em 20 de junho, sob fiança, após um juiz federal reconhecer a inconstitucionalidade dos termos de sua prisão.
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