Pete Hegseth, secretário de Defesa dos Estados Unidos, conduziu nesta quarta-feira (9) um “cordão de honra” ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao recebê-lo no Pentágono, sede do complexo militar americano.
Hegseth encomendou uma cerimônia militar a Netanyahu — foragido internacional por crimes de guerra e lesa-humanidade —, em sua terceira viagem aos Estados Unidos em apenas seis meses, desde que Donald Trump retornou à presidência, em janeiro.
O evento contou com a participação do general Michael Erik Kurilla, chefe do Comando Central americano (CENTCOM). Kurilla, Hegseth e outros conduziram conversas com o premiê a portas fechadas.
O ministro trumpista, em público, exaltou o general e pilotos pelos recentes ataques do Pentágono a três instalações nucleares iranianas, após dez dias de troca de disparos Tel Aviv—Teerã, fomentando receios de uma guerra global.
“Penso que o mundo inteiro tomou nota”, declarou Hegseth. “Penso que o Irã e todo o Oriente Médio tomaram nota da determinação americana e da força de nossa”.
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Netanyahu respondeu em tom messiânico: “O rugido dos leões se ouviu em todo o mundo”.
“Eu costumo dizer que eu e o presidente Trump seguimos defendendo a paz pela força [sic]. Primeiro vem a força, depois vem a paz [sic] e esperamos colher os frutos da força muito, muito em breve”, acrescentou o premiê.
Tanto Netanyahu quanto seus anfitriões se negaram, no entanto, a responder questões da imprensa.
Trump recebeu o líder colonial em um banquete na Casa Branca, na segunda-feira (7), no qual Netanyahu entregou ao chefe da Casa Branca uma indicação formal ao Prêmio Nobel da Paz. Hegseth acompanhou o evento.
Na terça-feira (8), premiê e presidente voltaram a se reunir para discutir Gaza.
Netanyahu se encontrou separadamente com diversos oficiais americanos, incluindo o vice-presidente JD Vance e o presidente da Câmara Mike Johnson.
Protestos em Washington, no entanto, marcaram sua nova visita.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza sitiada há quase 640 dias, com mais de 57.600 mortos, 135 mil feridos e dois milhões de desabrigados, em condições de fome, doença e miséria.
Em novembro, o Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, emitiu mandados de prisão contra Netanyahu e Yoav Gallant, ex-ministro da Defesa, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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