O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (7) ter nomeado o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao Prêmio Nobel da Paz, em retribuição a seu apoio aos esforços militares de Tel Aviv no Oriente Médio.
A adulação foi anunciada no início de um jantar de gala na Casa Branca, após o premiê entregar a Trump uma cópia da carta enviada a Estocolmo.
A uma câmera, declarou Netanyahu: “Esta é a sua indicação ao Prêmio Nobel da Paz. É mais do que merecida e o senhor deveria recebê-lo”.
O premiê então descreveu Trump como um líder que “forja a paz enquanto fala, em um país depois do outro, uma região depois da outra”.
Trump reagiu: “Muito obrigado. Vindo de você, especialmente, significa muito”.
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A ação, no entanto, é particularmente controversa dado que Netanyahu é foragido em 120 países, sob mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por crimes de guerra e lesa-humanidade cometidos em Gaza.
Para além do genocídio em Gaza — com 57 mil mortos e dois milhões de desabrigados —, Netanyahu é responsável por ataques não-provocados ao Irã, em meados de junho, que incitaram receios de uma deflagração regional e mesmo internacional.
Apesar da oposição interna, Trump se juntou à agressão israelense dez dias depois, ao bombardear sítios nucleares iranianos.
Em menos de 24 horas, contudo, voltou atrás em sua postura belicosa, ao anunciar um cessar-fogo sem as partes, fragilmente mantido desde então.
Netanyahu e Trump — ambos políticos de extrema-direita, de viés supremacista branco — são também acusados de perseguição interna em seus respectivos países, incluindo perseguição política e a minorias étnicas.
O Estado israelense é ainda réu por genocídio no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), também em Haia, sob denúncia sul-africana deferida em janeiro de 2024.
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